A morte de um golfinho na praia, em Santa Teresita, na província de Buenos Aires, na Argentina, provocou uma série de reações nas redes sociais ontem por conta de denúncias de que o animal teria morrido depois de ter sido retirado da água para turistas fazerem selfies. A informação mobilizou entidades ambientalistas do país e causou indignação na internet.
No fim da tarde de ontem, no entanto, o turista Hernán Coria, que registrou a confusão na areia, informou à imprensa argentina que o golfinho franciscano – uma espécie ameaçada de extinção – já estaria morto quando foi retirado do mar pelos turistas. Segundo ele, as pessoas que resgataram o mamífero ainda tentaram socorrê-lo, mas não tiveram sucesso. No vídeo gravado por Coria, é possível ouvir turistas afirmando que o golfinho estava morto, enquanto o retiravam da água.
Em outro vídeo que circulou na internet sobre o incidente, que teria ocorrido em 10 de fevereiro, as imagens deixam mais dúvidas sobre as condições do animal ao ser retirado da água e sobre o comportamento dos turistas, que aparecem disputando o melhor ângulo para fotografar o golfinho.
Por conta do ocorrido, a Fundação Vida Silvestre Argentina emitiu um alerta, explicando que os golfinhos franciscanos não sobrevivem muito tempo fora d'água e correm risco de morte por ressecamento. "É necessário que os pescadores e outros membros da comunidade colaborem para que possamos preservá-los", reforçou, em nota, a entidade.
Animais marinhos na rede dos "sem noção"
O caso do golfinho na praia argentina levantou discussões sobre os limites do uso da tecnologia – a da inconveniência de algumas fotografias –, assim como ocorreu em setembro de 2015, quando turistas prejudicaram a reprodução de tartarugas em uma praia da Costa Rica. Centenas de pessoas foram ao santuário da praia de Ostional, no litoral do Pacífico, para fazer fotos com as tartarugas no momento em que elas chegavam à orla para desovar. Assustados com a movimentação, os animais, que chegaram a ser montados pelos turistas, retornaram ao mar.