O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), afirmou nesta quarta-feira que irá propor a convocação do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró para depor na comissão especial do impeachment, quando o colegiado for instalado. Para líderes da oposição, a menção à presidente Dilma Rousseff em trechos da delação premiada de Cerveró dará mais força tanto ao processo de afastamento de Dilma no Congresso como às ações do PSDB que pedem a cassação do mandato dela no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo, o ex-diretor da Petrobras declarou à Procuradoria-Geral da República (PGR) ter ouvido do senador Fernando Collor (PTB-AL) que teria negociado diretamente com Dilma a indicação de cargos de chefia na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
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– Vamos propor a convocação de Cerveró na comissão especial do impeachment – afirmou Mendonça Filho.
De acordo com o líder do DEM na Câmara, a delação do ex-diretor e todas as outras que foram divulgadas recentemente põem dentro do Planalto a tensão do impedimento e dos processos no TSE.
– O impeachment tem que ser esgotado. E essas denúncias e delações mostram que, ao contrário do que o governo esperava, que o recesso esvaziaria a tese do impeachment, ele permanece vivo e forte – avaliou.
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A comissão especial deve ser montada somente na volta do recesso legislativo, em fevereiro. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), os membros só poderão ser indicados pelos líderes partidários e eleitos em votação aberta.
Pressão popular
Segundo o líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR), o conteúdo do depoimento é "gravíssimo" e deve aumentar a pressão popular pelo impeachment de Dilma.
– Com a imprensa denunciando e a sociedade se organizando, o impeachment ganhará mais força – diz.
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Conforme o líder da minoria na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE), a delação de Cerveró "coloca no colo" do Palácio do Planalto a investigação de corrupção na Petrobras.
– Isso alimenta o impeachment e, de certa forma, dá mais força ao processo do TSE – avaliou.
O PSDB pretende incluir trechos da delação nas representações que ingressou no TSE em que questiona irregularidades na campanha da presidente e do vice-presidente Michel Temer e pede a cassação dos mandatos deles.
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