Prisão de suspeito de matar avó e neta em Caxias reforça tese de crime passional

A prisão do principal suspeito de matar a facadas avó e neta, em Caxias do Sul, dá uma resposta a uma comunidade assustada. Desde que Simone Maria Almeida da Costa, 40 anos, e Emili Eduarda Costa dos Santos, dois, foram brutalmente assassinadas com pelo menos 20 golpes, os moradores do bairro Fátima Baixo estão acuados. A investigação da Polícia Civil enfrentou dificuldades, como a negativa de testemunhas de fornecer pistas que levassem ao criminoso.

O titular da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD), Rodrigo Duarte, revela poucos detalhes da investigação para não prejudicar os trabalhos. Mas ele assegura que os elementos investigados até agora não deixam dúvidas de que o homem preso no início da noite de sexta-feira, em um posto de gasolina, seja o autor do duplo homicídio ocorrido no último domingo.

Trinta facadas mataram avó e neta no bairro Fátima Baixo, em Caxias do Sul
Avó morta junto com a neta, em Caxias, planejava se mudar para Torres

Segundo a investigação, o suspeito, de 38 anos, chegou à casa de Simone, que cuidava da neta Emili, por volta de meia-noite de domingo. Não se sabe exatamente a que horas o homem deixou a moradia, mas é provável que as duas tenham sido mortas entre meia-noite e 3h. Os corpos foram encontrados na manhã do mesmo dia. Somente um laudo médico poderá comprovar qual das duas foi a primeira vítima.

Inicialmente, o delegado chegou a cogitar que mais de uma pessoa tivesse participado da ação, devido à brutalidade do crime - a menina chegou a ser degolada. Agora, Duarte diz ter elementos suficientes para crer que o homem preso foi o único responsável pelas duas mortes. O suspeito manteve um relacionamento com a mãe de Emili, Camila, 21 anos, o que reforça a tese de crime passional.

- Não tenho dúvida da autoria dele, até porque ele frequentava muito a casa delas - aponta.

A Polícia Civil ainda cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do suspeito e na moradia dos pais dele. Foram recolhidas roupas que ele pode ter vestido na noite do crime, além de diversas facas, celulares, dois pares de luvas pretas e o carro do homem. Todo o material será periciado em busca de marcas de sangue e, em caso positivo, encaminhado para exames de DNA.

- Esperamos que, com a prisão, testemunhas que estão com medo de depor se apresentem e ajudem na investigação - aponta o delegado.

Quando foi abordado pelos policiais, o homem se mostrou calmo e não resistiu à prisão. Inicialmente, ele negou o crime. O depoimento formal será tomado na próxima semana, quando o delegado espera também ouvir testemunhas das mortes. Os telefones recolhidos também serão periciados em busca de imagens ou informações que possam reforçar a acusação.

A identidade do homem não foi divulgada porque o mandado de prisão expedido é temporário, por 30 dias. O delegado diz, apenas, que é um homem de 38 anos com emprego fixo, mas que tem antecedentes policiais por roubo e já cumpriu pena.
Ele foi encaminhado a um dos presídios da cidade.