Enfim, o secretário estadual da Segurança Pública admitiu a possibilidade do uso da Força Nacional de Segurança no Rio Grande do Sul. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta quarta-feira (2), Wantuir Jacini, disse que o caso será avaliado, principalmente, por causa da rebelião de 180 presos, ocorrida ontem, na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas.
O secretário afirmou que irá analisar a questão da cadeia ainda hoje. Após essa análise, se for necessário, ele irá propor a ideia ao governador. Hoje existem mais de cem policiais militares atuando na penitenciária. Sobre tirar brigadianos de dentro das cadeias - além da PEJ, eles estão no Presídio Central -, Jacini disse que essa medida já foi pensada e discutida antes, mas vai voltar a ser analisada.
"Eu vou analisar hoje a questão do presídio da PEJ, em Charqueadas. Após essa análise, e se for necessário, vou propor ao governador e pedir para a Força Nacional atuar naquele presídio", disse Jacini.
Uma força-tarefa da Brigada Militar passou a noite na cadeia após a rebelião. A manifestação ocorreu na galeria três do pavilhão B. Houve queima de colchões e dois PMs ficaram feridos. Os presos passaram a noite no pátio para realização de uma revista. Os apenados protestavam contra transferências. Nesta manhã, brigadianos informam a familiares que não haverá visita nesta galeria.
O secretário ainda comentou a série de ataques a ônibus e lotação ocorrida ontem, em Porto Alegre. Diferente do que disse o prefeito José Fortunati, Jacini afirmou não ter recebido informações de que as ações tenham partido de dentro de um presídio. Segundo o responsável pela segurança no Estado, o vandalismo partiu de um mesmo grupo organizado em represália a uma ação policial ocorrida mais cedo no Morro da Embratel, e que deixou um morto. Jacini também destacou a pronta resposta dada pela Brigada Militar ainda durante a madrugada.
Sobre a nomeação de novos policiais, o secretário lembra que falta dinheiro para o Estado, que faz um esforço para pagar o salário dos atuais servidores. Atualmente há 2 mil aprovados em concurso da Brigada Militar esperando para serem chamados. Eles precisam ser convocados até dezembro de 2018 sob risco do concurso expirar. De acordo com levantamento do Comando-Geral da BM, 2,1 mil PMs vão deixar a corporação somente em 2015.