Que a prevenção é o melhor remédio, todo mundo já sabe. E é com o intuito de ajudar na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama que um caminhão branco e rosa está percorrendo municípios do Rio Grande do Sul. Desde 2007, o programa Mamamóvel disponibiliza mamografias gratuitas em todo o Estado.
Desde da última terça-feira, o caminhão está atendendo as mulheres em Santa Maria. Foram disponibilizadas cem vagas para pacientes que estavam na lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos terminam na quinta-feira.
Uma em cada nove gaúchas terá um tumor nas mamas até os 90 anos
A coordenadora do programa, Carolina Carvalho Machado, explica que o Mamamóvel percorre as cidades gaúchas graças a uma parceria do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama) com diversas empresas. Na cidade, os parceiros são a Panvel e a linha Vult Cosméticos. Segundo Carolina, o programa foi criado com o intuito de oferecer exames em locais mais distantes ou onde exista uma demanda reprimida.
Manter o otimismo e não se deixar abater são peças-chave para enfrentar (e vencer) o câncer de mama
O ônibus conta sala de espera, consultório e mamógrafo, além de uma equipe fixa de quatro pessoas: uma técnica em radiologia, uma enfermeira, uma voluntária que faz palestras às pacientes e o motorista. Em Santa Maria, especificamente, uma ginecologista da Secretaria Municipal de Saúde está acompanhando os exames.
- Procuramos cidades com alto coeficiente de mortalidade por câncer de mama e, infelizmente, Santa Maria está entre as quatro primeiras nesse ranking. Queremos que essas mulheres conheçam o exame e façam a prevenção, pois é com a mamografia que se detecta precocemente o câncer de mama - destaca Carolina.
Segundo a coordenadora, as mulheres já chegam com ficha e requisição para o exame encaminhada pelo médico. No caminhão, a paciente é examinada, esclarece possíveis dúvidas e, então, é encaminhada para a mamografia.
Os resultados ficam prontos dentro de 40 dias na sede do Imama, em Porto Alegre, e é responsabilidade da prefeitura de Santa Maria retirar os resultados. No entanto, caso o exame encontre algum problema, a secretaria de Saúde é comunicada antes desses 40 dias, para que tome providências e realize um diagnóstico complementar.
Coordenadora lamenta alto número de desistências
Apesar da importância do diagnóstico precoce e de o programa representar uma chance de reduzir a espera pela mamografia, Santa Maria foi, segundo a coordenadora do Mamamóvel, a cidade com o maior número de ausências ao exame. Só no primeiro dia, das 45 mulheres esperadas para terça-feira, 12 não compareceram.
- As pessoas reclamam que precisam ficar na fila de espera, mas, quando podem ter acesso ao exame, não aparecem. Promovemos a ação em um horário no qual elas não precisam vir cedo, mas, mesmo assim, acontecem desistências - lamenta Carolina Machado.
A agricultora Leuza de Fátima Millani Santini, 54 anos, veio do distrito de Arroio do Só para fazer o exame. Ela conta que aguardava na lista de espera há cerca um mês e meio. Assim que soube da oportunidade, nem cogitou em não aparecer:
- Assim que me ligaram, reservei a data para vir fazer o exame. Eu faço a mamografia todos os anos porque é muito importante. Apesar de não ter ninguém na família que tenha câncer, a gente fica com medo, e, por isso, gosto de me prevenir.
Além de realizar mamografias anuais desde os 41 anos, Leuza faz o auto-exame das mamas durante o banho como complemento.