Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) acordaram nesta segunda-feira suspender as sanções contra Belarus, um dia após a reeleição do presidente Alexander Lukashenko, indicou o secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, Harlem Desir.
"Tomamos a decisão de suspender as sanções por quatro meses, mas elas podem voltar a ser ativadas imediatamente se for necessário", disse à imprensa após o fim de uma reunião ministerial em Luxemburgo.
As sanções alcançam 175 pessoas e 14 entidades bielorrussas. Incluem o congelamento de bens e a proibição de vistos.
Este aval político deve-se à "libertação de vários prisioneiros políticos e às eleições que acabam de ser celebradas" no domingo, explicou Desir.
As eleições de domingo, nas quais Lukashenko foi reeleito com 83% dos votos para um quinto mandato, aconteceram "em um clima satisfatório", completou.
Lukashenko está submetido a sanções desde janeiro de 2011, após a última eleição presidencial, de dezembro de 2010, na qual foi eleito com 80% dos votos e que esteve marcada por uma violenta repressão dos opositores.
Outras sanções contra o regime foram adotadas em 2004. As sanções em vigor incluem um embargo à venda de armas e equipamentos que possam ser utilizados para reprimir manifestações.
Em agosto, Lukashenko libertou seis líderes da oposição, considerados os últimos presos políticos desta ex-república soviética.
Lukashenko é considerado por vários observadores e defensores dos direitos humanos como um líder autoritário e que respeita pouco as liberdades. Está no poder desde 1994.
As sanções, que expiram no final do mês, serão reconduzidas em um ato jurídico por quatro meses e ao mesmo tempo suspensas. Desta forma, a UE conserva a possibilidade de voltar a ativá-las se considerar necessário.
Ao fim destes quatro meses, ou seja, no início de 2016, a UE poderá retirar totalmente as restrições. O ministro alemão, Frank Walter Steinmeier, informou que voltarão a avaliar a situação antes do final de janeiro.
* AFP