O Estado de São Paulo registrou neste sábado (1º) a 18ª morte por causa de chuvas desde o início deste verão. Um idoso morreu após ficar preso em seu veículo durante alagamento que aconteceu na zona leste da capital paulista. Conforme a Defesa Civil do Estado, ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu e faleceu.
Somente neste sábado e até a manhã deste domingo (2), a cidade de São Paulo registrou 48,9 milímetros de chuva, o equivalente a 22,5% do esperado para todo o mês de fevereiro. As medições são do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura (CGE).
Bairros da região leste da capital, em especial Jardim Pantanal e São Miguel Paulista, foram os mais afetados. Abrigos temporários foram montados para a população que teve sua casa tomada pela água. O número de desalojados e desabrigados ainda não é conhecido.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a visitar o Jardim Pantanal, que historicamente é afetado pelos alagamentos. No local, disse que a área é uma das mais complexas da cidade, uma vez que fica abaixo do nível do rio Tietê.
A prefeitura afirmou que atua para remover moradores de áreas de risco e que 4,8 mil pessoas já foram retiradas da região por meio de concessão de moradia ou auxílio aluguel. Em toda a cidade, 490 mil pessoas vivem em regiões de perigo hidrológico ou de deslizamento.
No Jaçanã, na zona norte, houve a queda de um imóvel, que deixou dois feridos. No Campo Limpo, um deslizamento de terra atingiu um trem da Linha 7-Rubi, da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM), deixando o maquinista levemente ferido.
Há dias a capital paulista enfrenta chuvas intensas. Como mostrou o Estadão, uma semana antes, a estação de Metrô Jardim São Paulo, na zona norte, ficou alagada, interrompendo a circulação de trens.
Grande São Paulo e litoral
Na região metropolitana, botes tiveram de resgatar moradores ilhados em Franco da Rocha neste sábado (1º) — 2 mil pessoas foram afetadas no município, conforme a Defesa Civil. Em Cajamar, cerca de cem residências ficaram alagadas e, em Guarulhos, algumas ruas foram tomadas pela água.
"A água já estava baixando e as famílias retornando para o processo de limpeza. A ajuda humanitária enviada pelo governo de SP já estava sendo entregue as famílias", diz a pasta sobre a última visita a Cajamar.
Em Guarulhos, a Defesa Civil municipal informou que, na manhã deste domingo (2), a maior parte do alagamento já baixou.
Com o alto volume de chuva, foram enviados alertas severos pelo sistema da Defesa Civil para Santos e Guarujá durante a noite.
— Felizmente não houve registro de ocorrências graves nas cidades (neste sábado) — informa a pasta.
Vai continuar chovendo?
O tempo deve permanecer instável pelos próximos dias, por conta da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que na definição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é "um dos principais sistemas meteorológicos causadores de chuvas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste entre o fim da primavera e o verão".
Em veículos, deve-se evitar locais com possibilidades de enchente, como corredores de baixadas ou vias às margens de rios e córregos. Motociclistas devem evitar pontos com corredeiras, ou em que a água ultrapasse 20 centímetros ou não permita visibilidade do terreno.
Os moradores de áreas suscetíveis a riscos de deslizamentos devem buscar abrigo em locais seguros com seus familiares, especialmente se perceberem sinais de risco, tais como deslocamentos de terra, estalos em construções, rachaduras no solo e inclinações de árvores ou postes.