Ex-deputado João Pizzolatti é o principal alvo da Operação Politéia em Santa Catarina

O ex-deputado federal João Pizzolatti (PP), hoje secretário extraordinário de articulação institucional e promoção de investimentos de Roraima, foi alvo de ao menos dois dos cinco mandados de busca que a Polícia Federal fez em Santa Catarina. Agentes foram ao seu sítio em Pomerode, além de seu apartamento em Balneário Camboriú. O outro município que teve mandados cumpridos foi Penha, no Litoral do Estado.

As ações fazem parte da operação deflagrada nesta terça-feira, em conjunto com Ministério Público Federal, que cumpriu 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato.

PF faz busca e apreensão na casa do ex-presidente Fernando Collor
Lava Jato: PF cumpre mandados em Balneário Camboriú, Penha e Pomerode

No sítio de Pizzolatti, a PF não encontrou ninguém para responder aos mandados por volta das 8h40min da manhã. Por isso, usou duas testemunhas locais para acompanhar a ação no local. Essas pessoas, que preferiram não se identificar, relataram à reportagem que foram apreendidos documentos, celulares, uma agenda e uma arma.

Foto: A casa de campo do ex-deputado João Alberto Pizzolatti  que foi alvo da operação da PF (Rafaela Martins)

Em entrevista à reportagem do Jornal de Santa Catarina, Pizolatti disse que irá colaborar, mas criticou a operação:

- Defendo qualquer forma de investigação, mas critico a maneira truculenta com que foi feita.

Veja detalhes da operação da PF na casa do ex-deputado em Pomerode

As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa.

Os mandados foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski e estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12),  Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.

Em Alagoas, foram realizadas buscas na casa do senador Fernando Collor (PTB-AL), que também viu sua casa em Brasília ser revistada em busca de provas. O mesmo ocorreu com a casa do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). Na Bahia, os agentes foram atrás de documentos na casa do ex-ministro Mário Negromonte (PP), atualmente conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) também está entro os alvos da operação.

Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros. O nome da operação, Politéia, em grego, faz referência ao livro "A República" de Platão, que descreve uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção.