Na tarde desta quarta-feira, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Criciúma convocou uma coletiva de imprensa para anunciar a conclusão de inquérito dos incêndios que aconteceram no Paço Municipal Marcos Rovaris, nos dias 27 de maio e 7 de junho. A polícia não indiciou nenhum suspeito ou culpado pelos incêndios, causados por sobrecargas elétricas.
Prefeitura de Criciúma é atingida por segundo incêndio em um intervalo de 12 dias
IGP e Corpo de Bombeiros de Criciúma descartam possibilidade de incêndio criminoso na prefeitura
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que fará uma avaliação e poderá pedir arquivamento ou requerer novas informações. Caso surjam, a própria Polícia Civil pode reabrir o inquérito.
- Foram ouvidas 15 pessoas, checadas todas as câmeras de segurança e realmente não se chegou a nenhum indício de culpa - disse o delegado André Milanese, que coordenou a investigação.
Com a análise de imagens de 16 câmeras de segurança, a polícia constatou que o primeiro incêndio iniciou às 23h, na sala de tributos, abaixo do gabinete do prefeito, em um pequeno foco que não foi percebido pelos guardas municipais que faziam a vigilância no local. O Corpo de Bombeiros só foi acionado às 3h, quando as chamas estavam maiores e foram percebidas pelos agentes. Cerca de 500m² do prédio foram afetados.
O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou que houve sobrecarga elétrica em uma sala que abastecia uma impressora e uma estufa de papel, sem a atuação de agentes externos. Um dos fatores é a idade da fiação, que tinha mais de 35 anos.
Confira a galeria de fotos do segundo incêndio
Surgiram informações de que o segundo incêndio, que consumiu 60% da edificação e causou danos à estrutura do prédio, poderia ser criminoso, mas não há indício de causa externa. Durante o início das chamas, a Guarda Municipal fazia rondas no local e a prefeitura estava vazia, com as salas trancadas, o que dificulta alguma ação externa.
O laudo do IGP aponta que o fogo começou com uma sobrecarga elétrica na sala de informática, onde equipamentos estavam ligados com fiação nova conectada à fiação antiga. Tudo foi feito rapidamente e os servidores trabalhavam para voltar a atender a população no dia seguinte. A polícia investigou os servidores da prefeitura e a empresa de Urussanga que instalou a nova fiação, mas não chegou a nenhuma conclusão sobre qualquer envolvimento.
- Para crime de dano ao patrimônio tem que ter vontade e não houve. Até poderia ser uma ação culposa, por negligência ou pela pressão que as coisas voltassem a funcionar. Mas a empresa (de instalação elétrica) é idônea, com pessoal técnico capacitado e não houve culpa. Pode ser que no futuro se entenda que houve um culpado, mas hoje não há - apontou Milanese.
A empresa contratada pela prefeitura informou à polícia que fez a instalação elétrica corretamente e não se responsabilizou pela ligação entre a nova fiação e a antiga, que teria causado o segundo incêndio.