![Germano Rorato / Agencia RBS Germano Rorato / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/17475374.jpg?w=700)
Quando era adolescente e não podia ir em festas, Geni Lourdes Lazzarotto Miranda, hoje com 67 anos, assistia a movimentação dos bailes de Carnaval da janela de casa. Ela ainda mora em frente ao Clube 21 de Abril, em Santa Maria, mas, hoje, tem como vista um prédio que já não abriga o ziriguidum, mas está passando por uma reforma que está bem perto de acabar. Geni, aguarda ansiosa pela conclusão da empreitada, prevista para a semana que vem. O pai e o irmão dela integraram a diretoria da Sociedade Recreativa Ferroviária, e a família não vê a hora de poder usufruir de novo de um espaço tão tradicional e importante para a cidade:
- Meu pai hipotecou umas três vezes a nossa casa, e o dinheiro foi todo para o clube. Uma das vezes, foi para construir o boliche. Quando eu tinha uns 15 anos, ficava aqui na janela com a minha mãe. Dava para ver tudo - conta Geni.
Salão ganhou repaginada no palco, pintura nas paredes e gesso no teto (Foto: Germano Rorato / Agência RBS)
Depois que se casou, ela continuou na mesma casa. O marido vendia churrasquinho em frente à entidade nos dias de eventos. Uma das filhas do casal fez as festas de casamento e de formatura no clube. Tudo isso, antes de o 21 de Abril fechar as portas, em 1995, por conta da diminuição significativa do número de sócios. Depois de fechado, o imóvel foi alvo do tempo e de vândalos. Para que o espaço não sucumbisse ao abandono, em 2009, a última diretoria doou o prédio para a prefeitura que, em 2012, deu início a uma reforma.
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Depois de 20 anos sem pisar no clube, Geni se emocionou ao retornar, na última segunda-feira, ao salão principal. Lembrou onde ficavam os camarotes, a entrada principal cheia de espelhos e a sala onde ficavam as homenagens aos presidentes do clube desde sua fundação, em 1914.
Mas, para o clube reabrir, ainda há trabalho a ser feito. A empresa precisa apagar as pichações da fachada e, depois da vistoria da prefeitura, é preciso ajustes para o Plano de Proteção e Combate ao Incêndio (PPCI). A gestão do prédio que hoje é da prefeitura, será reorganizada. Elisandro Roath do Canto, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, explica que a ideia é que a comunidade seja parceira:
- Um conselho ou uma associação deve ajudar nas atividades. Temos uma lista de 20 a 25 nomes, da comunidade, que estão à disposição.
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