Enquanto no Brasil as doações de campanha encontram-se no centro do debate político, nos Estados Unidos, onde vigoram leis mais rigorosas sobre o assunto, as atenções voltam-se para uma fundação sem fins lucrativos que deve galvanizar o noticiário eleitoral até o próximo ano.
Trata-se da Fundação Clinton, uma gigante filantrópica que arrecadou mais de US$ 2 bilhões (R$ 6,6 bilhões) e emprega 2 mil pessoas no mundo inteiro. Essa gigante da filantropia, criada em 2001 pelo ex-presidente Bill Clinton, está sob os holofotes desde que sua mulher, Hillary, oficializou a decisão de disputar a vaga de candidata democrata à presidência dos Estados Unidos no ano que vem.
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Reportagem de autoria de David Fahrenthold, Tom Hamburger e Rosalind Helderman publicada na terça-feira pelo The Washington Post define a Fundação Clinton como "uma máquina engenhosa capaz de transformar algo intangível - a grife global Clinton - em algo tangível: dinheiro". E o que isso tem a ver com as eleições? Os repórteres do Post esclarecem: "(Dinheiro) para as causas filantrópicas de Clinton. Para seus auxiliares e aliados. E, indiretamente, para os próprios Clintons".
A Fundação Clinton garante ter contribuído para melhorar as condições de vida de pelo menos 430 milhões de pessoas (mais do que o dobro da população do Brasil) em mais de 180 países. Segundo a entidade, apenas 4,8% dos "compromissos" assumidos nas conferências - da melhoria do saneamento em países pobres ao combate ao HIV na África - não atingiram seus objetivos básicos.
Quanto às condições de vida do próprio Clinton, ele arrecadou US$ 26 milhões em cachês de doadores de sua fundação. Em troca, falou muito - geralmente, sobre a própria fundação.
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