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A presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comprometeram-se em aprimorar esforços para ampliar o comércio e o investimento, bem como aumentar a competitividade e a diversidade das duas economias. O compromisso aparece em comunicado conjunto dos dois presidentes, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores e confirmado por ambos durante pronunciamento na Casa Branca.
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Segundo o comunicado, os líderes ressaltaram o momento de aceleração da economia norte-americana, principal destino das exportações brasileiras de produtos manufaturados, e os fortes vínculos que unem os dois países, "oferecendo importantes oportunidades para ampliação das correntes bilaterais de comércio e de investimento". Segundo o documento, os presidentes ressaltaram os recentes avanços nas áreas de facilitação de comércio e avaliação de conformidade e destacaram a importância de compartilhamento de melhores práticas público-privadas para o avanço do comércio.
Ao lado da presidente Dilma, em entrevista coletiva em Washington, Obama afirmou que os dois países são "parceiros naturais".
- Há muito mais que Brasil e EUA podem fazer juntos. Como duas das maiores democracias do mundo, conhecemos as injustiças da pobreza e da desigualdade - disse o presidente norte-americano, destacando que ambos os países são grandes democracias e que as diferenças sociais podem ser reduzidas quando há investimentos nas pessoas.
Segundo ele, desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, as exportações do país para o Brasil aumentaram mais de 50%, com o comércio entre os países passando de US$ 1 bilhão por ano.
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"Os governos acordaram realizar reuniões, pessoalmente ou por meio de videoconferência, para o intercâmbio de experiências e de melhores práticas à medida em que cada país desenvolve e operacionaliza seus respectivos portais únicos de comércio exterior. Esse processo terá início antes do fim de 2015", diz o comunicado.
Também foi reforçado o compromisso dos dois países com a ampliação das oportunidades de investimento em obras de infraestrutura nos dois países. A presidente Dilma lembrou o lançamento do novo pacote de concessões para investimento no setor de infraestrutura no Brasil, o que abre oportunidades de US$ 64 bilhões para empresas norte-americanas ao longo de vários anos.
Países prometem desenvolver agricultura mais sustentável
O comunicado destaca ainda que os presidentes saudaram a crescente parceria entre os dois países na área da agricultura. "Brasil e Estados Unidos comprometeram-se a trabalhar conjuntamente para desenvolver procedimentos eficientes e novas tecnologias para fazer frente à crescente demanda por alimentos seguros e sustentáveis, e, ao mesmo tempo, enfrentar a mudança do clima", diz o documento.
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O Ministério da Agricultura brasileiro e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos também estão comprometidos a trabalhar de maneira colaborativa para fortalecer a relação entre os dois países:
"A parceria reflete o empenho mútuo na superação de divergências, bem como o contínuo compromisso com a busca da eliminação de barreiras ao comércio bilateral agrícola."
Dentro desse compromisso, Dilma e Obama comemoraram a abertura do comércio de carne bovina in natura entre os dois países. A presidente Dilma mostrou satisfação com a publicação da "final rule" norte-americana. Por outro lado, o governo brasileiro está tomando providências para expandir o acesso da carne norte-americana no futuro próximo, diz o comunicado.
Desentendimento superado, afirma Dilma
Durante a entrevista coletiva conjunta na Casa Branca, a presidente Dilma deu por encerrado o escândalo de 2013 envolvendo a espionagem americana, e assegurou que acredita nas garantias que o presidente Barack Obama deu a a respeito das mudanças em sua política de segurança.
- Eu acredito no presidente Obama. Ele me disse que, quando precisar de alguma informação sobre o Brasil, vai telefonar para mim. Tenho certeza de que as condições passaram a ser diferentes agora - afirmou.
Obama recebeu presente de Dilma
Durante o pronunciamento na Casa Branca, em tom amigável, Obama ainda comentou que ganhou uma camisa verde e amarela da presidente Dilma, mas disse que não poderá usá-la em público porque precisa defender os EUA. Em tom de brincadeira, a brasileira respondeu, torcendo para que o norte-americano reveja seu posicionamento e utilize o presente durante a Olimpíada do Rio, em agosto de 2016.
- Você será muito aplaudido - previu.
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