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Moradores dos bairros afetados pela falta de água em Passo Fundo, no norte do Estado, protestaram por melhorias em frente à prefeitura na tarde desta segunda-feira (24). Representantes de bairros como Donária, Zacchia, Jaboticabal, Integração, Santa Maria e São Luiz Gonzaga começaram o movimento por volta das 15h.
As comunidades enfrentam oscilações ou baixa vazão de água desde sexta-feira (21), depois que bombas apresentaram falhas elétricas na captação de água da Barragem da Fazenda, além da estação de tratamento do bairro São Luiz Gonzaga.
No domingo (23), um rompimento na canalização de água bruta da Barragem da Fazenda, encontrado em área de mata às margens da RS-324, também afetou a produção de água tratada. Nesta segunda-feira (24), a situação se agravou após um novo rompimento na tubulação, atrasando ainda mais o retorno do abastecimento.
Segundo a Corsan, cerca de 7 mil residências foram afetadas e 10 bairros seguem sem água nas regiões da Vila Mattos, São Cristóvão, Petrópolis, Leonardo Ilha e Parque Farroupilha.
Um dos moradores afetados é o motorista de aplicativo Anderson Lima, que vive no bairro Zacchia. Ele caracteriza a situação como calamidade pública e afirma que muitas famílias não têm água potável para consumo próprio.
— Tá bem complicado. No meu caso estamos há 24h sem água. O povo está apavorado, não tem água para beber. Tem crianças com sede e os pais não têm água tratada para dar. As escolas municipais também não estão podendo atender os alunos pela falta de água — disse.
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No bairro Jaboticabal, a dona de casa Marilene Dal Santo conta que está sem água desde a noite de sábado (22).
— Como a gente faz para tomar banho e lavar roupa? Ainda mais com esse calor. Eu tive que pegar água da caixa d'água com os meus vizinhos. Se eu tiver que comprar água aí vai ficar mais complicado — disse.
Pelo menos cinco representantes de diferentes bairros afetados se reuniram com o chefe do gabinete do prefeito, Paulo César Caletti, e o procurador-geral de Passo Fundo, Giovani Corralo, em busca de respostas ao problema.
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Nesta segunda-feira, a prefeitura, através do Procon, abriu um processo administrativo contra a Corsan/Aegea por falta de água e cobranças abusivas. Um decreto emitido por volta das 12h também determinou que uma equipe da Secretaria de Obras acompanhasse de perto o trabalho da companhia. Se houvesse qualquer irregularidade, poderia haver advertência ou multa de até R$ 240 mil.
A prefeitura não se manifestou à imprensa sobre o protesto nem sobre o que foi tratado na reunião com os representantes.
O que diz a Corsan
Segundo a Corsan, o novo rompimento na tubulação ocorrido nesta segunda-feira (24) já foi solucionado e a água já foi religada. O abastecimento deve ser recuperado gradativamente até a madrugada de terça-feira (25).