O desabamento de uma casa deixou três vítimas na madrugada desta quarta-feira, no bairro Maria Céu, em Criciúma, no Sul do Estado. A manicure Daiane Lotério Osório, 37, o mineiro Adriano Bento de Souza, 41, e a mãe dele, Valdete de Souza, de 66 anos morreram no local. Às 2h da madrugada, o filho do casal, Lucas, de 15 anos, acordou com o barulho das estruturas da casa ruindo.
- Eu estava dormindo. Quando acordei já estava vazando água pelas paredes, já estava tudo caindo - conta.
Desesperado, o garoto tentou encontrar uma saída. A primeira coisa que viu foi uma janela, cuja passagem estava bloqueada por uma parede. Mas Lucas não desistiu e conseguiu sair.
Os pais de Lucas, Adriano de Souza e Daiane Osório, morreram no local. Foto: Reprodução
Os vizinhos chamaram os bombeiros, que chegaram perto das 4h e utilizaram máquinas da prefeitura para auxiliar na busca pelos corpos.
O garoto explicou que seus avós moravam em uma casa ao lado, no mesmo terreno onde vivia com seus pais na casa que desabou. O avô do garoto, Hélio Bento de Souza, de 70 anos, escapou dos escombros que atingiram a avó, Valdete.
- Meu avô toma um remédio que dá vontade de ir ao banheiro. Ele levantou para ir ao banheiro e escutou o estrondo. A minha casa caiu em cima da casa deles, por isso ocorreu o acidente com a minha avó - explica Lucas.
Queridos por familiares, amigos, clientes e vizinhos, Daiane e Adriano são lembrados com carinho. Muitas clientes da manicure, que trabalhava em um salão com suas duas irmãs, compareceram ao velório para prestar seus sentimentos.
- Ela era uma pessoa bem dada com todo mundo, todos gostavam muito dela, tanto é que está cheio de cliente aqui (no velório). Ela trabalhava muito, mas ia à academia, cuidava da família. Ela amava de paixão meu filho, afilhado dela. Ele ia dormir lá (na casa de Daiane), sorte que eu não deixei - conta Tati, emocionada ao lembrar da irmã, Daiane. Ela relata que também se dava bem com o cunhado, Adriano.
- Ele era bem calmo, bem querido - completou.
De acordo com um vizinho, a família morava há 40 anos no local. Há cerca de seis anos, eles demoliram a casa e construíram uma nova, que desabou nesta quarta. Muitos curiosos passaram em frente ao terreno e até pararam para observar os destroços da casa ao longo do dia. A Polícia Militar foi acionada para isolar o local e impedir que alguém entre na casa.
Foto: Estrutura da casa antes do desabamento. Foto: Reprodução
Uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Florianópolis deve começar uma perícia na manhã desta quinta-feira para determinar as causas do desabamento, cuja conclusão deve ficar pronta em um prazo de 30 dias.
A família está sendo velada nesta quarta-feira, no Salão Paroquial da Igreja do bairro Maria Céu, onde mais de 200 pessoas compareceram nesta quarta. O enterro de Adriano e Valdete será em Siderópolis, enquanto Daiane será cremada em Içara.