Os ônibus da linha 376 (Herdeiros - Esmeralda) voltaram a circular no fim da tarde desta segunda-feira, dia 20. A linha havia sido suspensa após um coletivo ter sido incendiado na noite deste domingo, 19. A decisão de retomar o funcionamento dos ônibus foi tomada pela empresa Sudeste, do consórcio Unibus, após a Brigada Militar reforçar o policiamento no Beco dos Cafunchos, no Bairro Agronomia, em Porto Alegre. As informações são da Rádio Gaúcha.
Em entrevista ao Gaúcha Repórter, o major Dagoberto Albuquerque da Costa, Comandante da 3ª Cia do 19º Batalhão de Polícia Militar, garantiu que a presença da Brigada foi intensificada desde a manhã desta segunda na região. A promessa é que o reforço no efetivo seja mantido até que a comunidade se sinta segura.
- Nós decidimos intensificar algumas ações, não só escolta, mas outras ações, até que a gente sinta que a comunidade restabeleceu a confiança na segurança. Além da escolta, vamos também colocar em algumas viagens um policial dentro do ônibus, vamos fazer barreiras. Vamos permanecer inclusive de madrugada - afirmou.
Na tarde desta segunda, o motorista e o cobrador do ônibus incendiado prestaram depoimento na 21ª Delegacia de Polícia da Capital. De acordo com eles, três homens subiram no ônibus, pagaram a passagem e, próximo à entrada do Beco dos Cafunchos, mandaram os passageiros descerem do coletivo. Entre 30 e 40 pessoas estavam no coletivo. Os três estavam armados e usavam bonés. A polícia já analisou as imagens das câmeras de segurança, mas não conseguiu identificar os criminosos.
Segundo as testemunhas, após espalhar um combustível e atear fogo no veículo, o trio fugiu do local em um carro. A Polícia Civil agora procura imagens de câmeras de segurança da região que possam auxiliar na identificação do veículo ou dos criminosos.
O grupo teria dito aos passageiros que a ação não se tratava de um assalto, mas de um ato contra Cristiano Souza da Fonseca, de 32 anos, conhecido como Teréu, líder do tráfico de drogas no Beco dos Cafunchos, preso desde o dia 15 na Pasc, em Charqueadas.
O motorista e o cobrador do ônibus incendiado foram afastados temporariamente do trabalho. O motorista, que trabalha há 14 anos na Unibus, disse que pensa em desistir da profissão após o atentado.
- Eu não consegui dormir, tomei remédio para dormir. A gente fica nervoso. É uma coisa que eu nunca vi, começou a explodir tudo. Dá vontade de largar tudo. Eu pedi pra me mandarem embora, eu não quero mais. Mas eles querem conversar direito, eu tenho que conversar com a empresa - relatou.
Insegurança no Beco dos Cafunchos
A Polícia Civil investiga outros dois casos relacionados ao Beco dos Cafunchos, em Porto Alegre: o desaparecimento do taxista Luciano Juceli da Silva Jaime, há uma semana, e do líder comunitário Jorge Leandro da Silva, que sumiu há 23 dias. Nos dois casos, a polícia ainda não tem pistas de onde os dois estão.
* Rádio Gaúcha