O Instituto de Previdência do Estado (IPE) anunciou que o pagamento aos médicos credenciados a seu plano de saúde foi regularizado nesta quarta-feira, o que deve evitar novos cancelamentos de consultas e procedimentos por parte dos profissionais.
Desde a sexta-feira passada, quando foi adiado o pagamento das consultas realizadas na segunda quinzena de dezembro, profissionais da saúde estavam suspendendo a realização de atendimentos por não saber quando seriam remunerados. Diante da reação da categoria, que também publicou anúncios nos jornais criticando o atraso, a quitação das consultas foi feita na segunda-feira. Faltava, ainda, pagar os demais tipos de procedimentos, como cirurgias.
Polícia gaúcha apura se fraude das próteses lesou o IPE
Auditoria do TCE aponta série de falhas no IPE
O assessor da direção de saúde do IPE, Luiz Carlos Alvim, garantiu nesta quarta que todos os débitos pendentes foram honrados. Ele explicou que o atraso foi provocado pelo decreto do governo estadual que restringiu os pagamentos feitos pelo Estado, posteriormente flexibilizado para não inviabilizar o IPE.
- Houve um fato atípico, em razão do decreto do novo governo restringindo o orçamento. Mas esperamos uma regulamentação desse decreto, que deverá deixar o IPE de fora e permitir que tudo siga normalmente. Pretendemos fazer o próximo pagamento, como previsto no nosso calendário, no dia 26 de janeiro - afirmou Alvim.
O IPE oferece atendimento de saúde a 985 mil pessoas no Rio Grande do Sul. Não foi calculada estimativa do número de consultas ou procedimentos cancelados. O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, confirmou a retomada dos pagamentos:
- É um bom sinal que o IPE tenha se disposto a pagar. Mas é um mau sinal que tenha tentado não pagar. Houve uma reação rápida e forte, e o governo recuou.
Argollo, porém, acredita que o atraso é mais um fator negativo na relação entre os médicos e o instituto. Outro é a falta de reajuste na tabela de remuneração. Alvim confirma que o último aumento foi concedido em agosto de 2011, mas informa que está em negociação um novo reajuste.
- Estamos trabalhando para conceder esse aumento. Não deverá ser muito, mas queremos que ocorra - sustentou Alvim.