Ex-babá do menino Bernardo Boldrini Elaine Raber afirmou nesta terça-feira (26) que vai falar toda a verdade sobre agressões e maus tratos sofridos pelo garoto, morto em abril. Ela é uma das 11 testemunhas de acusação previstas para depor hoje na Justiça de Três Passos.
"O Bernardo me contava tudo, ele não mentia. Ela (madrasta) tentou asfixiar ele", disse Elaine, que cuidou de Bernardo por cerca de dois anos. Ela afirmou ainda que depois que deixou de trabalhar na casa da família encontrava o menino mal vestido e triste pelas ruas e que ele sempre relatava as agressões sofridas.
A principal testemunha de acusação do Caso Bernardo, a delegada Caroline Bamberg, está depondo há quatro horas no Fórum de Três Passos. Além das testemunhas de acusação, outras 22 testemunhas de defesa estão previstas para depoimento hoje.
A delegada disse pela manhã que um vídeo anexado ao processo na semana passada é uma nova prova sobre agressões e ameaças de morte ao menino. Segundo transcrição repassada pela polícia, a madrasta chegou a dizer que o menino iria para debaixo da terra antes dela.
Veja as declarações da ex-babá à Rádio Gaúcha:
As defesas do pai e da madrasta do menino ainda não se pronunciaram sobre o vídeo com as informações de agressão e maus tratos. Durante o depoimento da delegada Caroline Bamberg, o advogado Jader Marques, que defende o pai de Bernardo, chegou a apresentar uma mala com várias roupas do menino como mais uma prova de que ele não era maltratado.
Leandro e Graciele não compareceram nas audiências. Só estão presentes Edelvânia Wirganovicz e seu irmão. Não há data para os depoimentos dos quatro réus. Após esta fase de instrução do processo, a Justiça decide se o caso vai ou não a juri.
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai, a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, respondem na Justiça por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro, também responde por ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda é acusado por falsidade ideológica.