A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) nega conhecimento sobre transferências de linhas de ônibus e alterações societárias nas empresas que operam o sistema. As suspeitas de irregularidades levaram o Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) a determinar a instauração de uma inspeção extraordinária no órgão, abrangendo os últimos sete anos da autarquia.
O diretor presidente da EPTC, Vanderlei Capellari, garante desconhecer qualquer tipo irregularidade durante sua gestão, desde 2010. Segundo ele, a única alteração no período, acompanhada pelo órgão, foi em 2011, quando a empresa Sentinela, que operava três linhas na zona leste da cidade, decretou falência e foi determinado que o consórcio Unibus assumisse a operação, até que fosse feito a licitação dos coletivos.
“Nos estranha que o período auditado a ser verificado seja de 2007 até 2014, deixando de fora períodos anteriores onde foram registrados um número muito maior de mudanças de operadores do sistema e esse não estão dentro da inspeção”, afirma.
A decisão da inspeção acata representação do Ministério Público de Contas (MPC), que entendeu necessária a verificação da exploração de serviços de transporte coletivo de passageiros da Capital.
Reportagem do jornal Zero Hora, em maio passado, revelou que uma concessionária falida teve as suas linhas transferidas em favor de outras do mesmo grupo, onde permissões públicas foram negociadas por empresários do setor - o que não encontra respaldo legal. Na época, o diretor da EPTC era Luis Afonso Senna. Procurado pela Rádio Gaúcha, ele não quis se manifestar.