O judiciário gaúcho tem mais de 15,6 mil processos de reintegração de posse em aberto no Rio Grande do Sul. O número equivale aos processos tramitando em primeiro grau. Trinta e nove áreas ocupadas irregularmente são de propriedade do Estado. Já a prefeitura tem 26 ações ajuizadas pedindo a reintegração de posse de áreas na Capital.
No Bairro Cavalhada, zona sul de Porto Alegre, as centenas de famílias que invadiram uma área há três semanas conseguiram na Justiça a suspenção da liminar de reintegração de posse, concedida à proprietária do terreno, a construtora Melnick Even. Em negociação com as famílias na semana passada, o oficial de Justiça responsável pelo cumprimento da decisão havia concedido prazo de dez dias para que os moradores deixassem a área, mas a defesa das famílias entrou com recurso que foi aceito pela Justiça na sexta-feira (18). Na área localizada nas esquinas das avenidas Cavalhada com João Salomoni são quase mais de duas mil famílais que estão espalhados pelos 10 hectares do local.
Também na sexta-feira, a defesa de famílias que invadiram uma área privada no Parque dos Maias, na zona norte da Capital, há três meses, conseguiu suspender a reintegração. Pelo menos outras duas áreas privadas foram invadidas na Capital. Ainda na zona norte da Capital, cerca de 200 famílias ocupam ilegalmente um terreno privado na região conhecida como Recanto do Chimarrão, no Bairro Sarandi. Na Restinga, extremo sul de Porto Alegre, centenas de barracos foram montados sobre uma área de 86 hectares que pertence à empresa Perdigão.