
A instalação do novo equipamento que deve reduzir o tempo de fechamento do Aeroporto Salgado Filho em dias de chuva forte e neblina foi concluída no final do ano passado. Os testes do novo sistema foram realizados em abril. De lá para cá, a demora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) impediu que o sistema operasse nos meses com a maior incidência de cerração em solo gaúcho.
As obras começaram em setembro de 2011 ao custo de R$ 18,84 milhões. E o chamado ILS CAT II (na sigla em inglês, Instrument Landing System, ou sistema de pouso por instrumentos) vai permitir apenas o pouso de um lado da pista. A cabeceira 11 (perto da BR-116) vai garantir a aproximação. Nela também está instalada ILS CAT I. Diga-se de passagem, porém, que é nela que ocorrem mais de 90% dos pousos no Salgado Filho.
Porém, quando o vento minuano sopra, após a passagem de uma frente fria de outono ou inverno, a chegada se dá do lado da cabeceira 29 (perto da Vila Dique). Desse lado, as aeronaves precisam de auxílio de navegação e radar e a visibilidade precisa ser muito maior, o que não acontece nestes períodos do ano.
Na comparação, o Aeroporto de Curitiba tem, em um dos lados na pista, tanto o ILS CAT II quanto o CAT III, este último um sistema mais avançado, descartado atualmente para o Salgado Filho. Do outro, tem o atual sistema em operação em Porto Alegre: o ILS CAT I.
Outro problema no caminho: quando, e se, as obras de ampliação da pista ocorrerem, o Salgado Filho não terá qualquer sistema de facilitação de pousos. Os equipamentos precisarão ser desligados, e só poderão ser reinstalados quando as obras forem concluídas. Também será necessário realizar os testes e aguardar a homologação da Anac.
"Vamos torcer para que a obra seja feita no verão", espera o diretor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, professor Elones Fernando Ribeiro.
Aeroporto no Papel: perguntas que precisam ser respondidas e que a Rádio Gaúcha buscará as respostas:
- Por que o prazo de conclusão das obras precisou ser prorrogado tantas vezes?
- Por que o equipamento só vai auxiliar em pousos em um único sentido da pista?
- Por que houve tanta demora da Anac para homologar o sistema?