Militantes de partidos políticos mencionados no âmbito da investigação que trata dos atos de vandalismo durante os protestos de junho na Capital criticaram nesta sexta-feira (14) o resultado da apuração e o indiciamento de manifestantes. Sete suspeitos indiciados pela depredação do Palácio da Justiça foram enquadrados por constituição de milícia privada, cuja pena varia de 4 a 8 anos de prisão.
Entre eles estão dois filiados do PSTU e um do PSOL. Integrante do PSTU e do Bloco de Lutas, Matheus Gomes consta na relação. Ele classificou o indiciamento como perseguição a movimentos sociais e desafiou a polícia a apresentar provas de que ele incentivou pessoas a promoverem quebradeira.
"Até agora não tivemos nenhum caso de policial investigado ou punido nas manifestações pelas agressões a jornalistas, por exemplo. Há manifestantes que denunciaram casos de tortura, agressões e prisões indevidas. Policiais que andaram sem identificação durante os protestos", rebateu.
Já a ex-deputada e atual advogada Luciana Genro, do Psol, classificou o resultado da investigação como um escândalo e incompetência da polícia. O partido tem o filiado Lucas Maróstica como um dos indiciados.
"Não há no inquérito absolutamente nenhum indício de que eles (os manifestantes) foram parte de alguma ação para promover depredação. O PSOL defende que o povo vá para a rua. E quebradeira é algo que afasta as pessoas das ruas", afirmou.
Responsável pelo inquérito, o delegado Marco Antônio de Souza afirma ter reunido provas, incluindo depoimentos de manifestantes pacíficos, para apontar os suspeitos.
"Nós tivemos testemunhos de manifestantes pacíficos. Naquela oportunidade, a minha equipe presenciou um manifestante pacífico tentando impedir uma depredação e foi espancado. Ele tentou impedir a queima de um contêiner. Temos relatos de manifestantes nesse sentido", explica o delegado.
Também foram indiciados Rodrigo Barcelos Brizola, Gilian Dias Cidade, Alfeu Costa Neto, José Vicente Mertz e Guilherme Silveira de Souza. O inquérito será analisado pelo Ministério Público. A reportagem ainda não conseguiu localizar os demais citados.