A entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, há dez anos, coincidiu com a interrupção da escalada de mortes por armas de fogo no Brasil. Em 2003, 39,3 mil brasileiros foram vítimas de tiros de pistolas, revólveres e espingardas. A cada grupo de 100 mil habitantes, 22 morreram de forma violenta.
Em 2010, ano com dados mais recentes, a taxa de mortes por armas de fogo no país caiu para 20 a cada 100 mil pessoas. Já nos 20 anos anteriores ao Estatuto do Desarmamento, os homicídios triplicaram. Em 2010, 37 mil brasileiros foram assassinados, quase quatro vezes mais do que o total de vítimas na Guerra do Golfo, no início dos anos 90.
Para especialistas, existe relação entre a diminuição dos crimes e a nova legislação, o que não significa que o Estatuto seja um sucesso. O entendimento é de que seria preciso estabelecer um controle maior da violência armada e avançar na resolução de homicídios, com punição dos criminosos. As apreensões de armas no Estado diminuíram em 10 anos. Estavam em 8,5 mil por ano, em média, em 2003, e bateram em 7 mil de janeiro a outubro de 2013.