A chuva que caiu sobre a Santa Catarina nos últimos dias e que se intensificou na madrugada desta quinta-feira está causando estragos. Há registros de ruas alagadas, árvores caídas e buracos em Florianópolis. Há pessoas desabrigadas e deslizamentos.
Em Santo Amaro da Imperatriz, seis pessoas ficaram desalojadas na localidade de Vargem dos Pinheiros. Houve também um deslizamento na SC-407, em São Pedro de Alcântara. Os bombeiros fazem monitoramento da Avenida Beira-Rio que está sendo invadida pelo rio. O trânsito foi desviado. Próximo a Caldas da Imperatriz o rio também transbordou e a passagem de veículos foi transferida pela BR-282.
Alagamento ainda persiste em Santo Amaro da Imperatriz
Foto: Guto Kuerten
Segundo informações da Defesa Civil Estadual, houve uma deslizamento sobre uma casa em Palhoça, que precisou ser interditada.
Já em São José, os estragos foram mínimos. Um rio chegou a transbordar em Colônia Santana após a queda de uma barreira no curso d'água, mas não atingiu nenhuma casa. Algumas ruas de Campinas tiveram ocorrências de alagamento, que desapareceu quando a maré começou a baixar.
Em Florianópolis, houve uma queda de árvore no bairro Monte Verde. A Via Expressa Sul também amanheceu com bolsões de água nas áreas mais baixas. Na Beira-Mar Norte, perto da Ponte Hercílio Luz, uma das pistas está alagada.
A Guarda Municipal de Florianópolis detectou ainda falta de energia na Mauro Ramos, deixando os semáforos desligados. Há um buraco na esquina da Osmar Cunha com a Avenida Rio Branco, no Centro.
A orientação aos motoristas que precisarem sair de casa é para tomar cuidado. Há vários pontos de alagamento e a chuva causou buracos, que podem estar encobertos pela água. Nesta quinta, por exemplo, a tampa de um bueiro se soltou na rua Padre Roma, no Centro de Florianópolis. Há risco de aquaplanagem em vários pontos das vias.
A Defesa Civil Estadual ainda faz o levantamento dos estragos desta manhã. A Defesa Civil de Florianópolis assumiu o plantão quase às 8h e ainda irá mapear os problemas.
Alerta em outras regiões
No Vale do Itajaí, também a situação é de alerta. Em Brusque, a Estrada Geral da Limeira está trancada após o deslizamento de uma barreira. A Defesa Civil do município atendeu nesta madrugada 22 ocorrências de alagamentos de rua, deslizamentos sobre casas e ruas e um desalojamento no bairro Souza Cruz.
Mas a principal preocupação foi com o rio Itajaí-Mirim. A previsão era de que chegasse ao pico de seis metros na manhã desta quinta, mas ficou em 5,63. Como a calha é de apenas um metro, a água transbordou por praticamente toda a avenida Beira-Rio, que serve como contenção. A enxurrada pela avenida era de 40 centímetros até um metro. Nenhuma casa foi atingida.
Segundo o diretor-geral da Defesa Civil de Brusque, Evandro de Mello do Amaral, a vazão do rio e a maré estão boas. Todo o volume se desloca para Itajaí, onde a previsão é de que o rio irá transbordar e atingir alguns bairros. A situação é de alerta.
Em Brusque, a média de chuva nas últimas 48h foi de 130 mm. Mas conforme Evandro, alcançou picos de 150 e 160 mm em alguns pontos. Superando o esperado para todo o mês de março.
- É muita chuva - confirma o diretor-geral.
Em Blumenau, o alerta é para as condições do ribeirão do bairro Garcia, que já havia atingido pelo menos 10 casas. Ninguém precisou sair do local. Na manhã desta quinta, o rio havia baixado.
Segundo o diretor da Defesa Civil do município, Telmo Duarte, foram registradas algumas ocorrências de deslizamento, mas nada muito grave. Em apenas um caso, uma família decidiu deixar a residência.
Em menos de 24h, choveu a média de 37 mm. O caso mais grave foi na cabeceira do ribeirão, que chegou a 70mm.
- O rio já pegou água de Brusque. Foi onde deu o problema - lamenta Telmo.
Deslizamento na BR-116, em Monte Castelo
Foto: PRF/Divulgação
Houve uma queda de barreira por volta das 5h50 na BR-116, km 108,5, na Serra do Espigão, Monte Castelo, Norte do Estado. A rodovia foi totalmente interditada e sem previsão de liberação por causa do risco de novos deslizamentos. Um caminhão bitrem que levava pinus foi atingido.
Em Chapecó, no Oeste do Estado, não foi registrada nenhuma ocorrência. Segundo informações da Defesa Civil do município, nas últimas 24h choveu apenas 40mm. Já na região Serrana não teve chuva forte.
Ainda na quarta, a Defesa Civil de Balneário Camboriú emitiu um alerta. Três casas da Rua Panamá, no bairro Nações, foram interditadas.
Quantidade de chuva
Segundo o meteorologia da RBS, Leandro Puchalski, entre quarta e quinta-feira foram registrados recordes de chuva em todo o estado. Apenas em Florianópolis, Blumenau e Chapecó, os números chegam a metade da quantidade normal para todo o mês de março.
Na Capital, foram 86mm nos últimos dois dias. Apenas das 5 às 6h desta quinta, foram 29mm. Em Blumenau, o índice chegou a 78mm, seguida de Chapecó com 72 mm. Em Lages (41mm) e Joinville (24mm) os números ficaram na metade do que foi registrados nas outras cidades.
Em dados repassados nesta quinta de manhã, a Defesa Civil Estadual aponta que nas últimas 48h choveu 173 mm em Luiz Alves, 98 em São José, 106 em Camboriú, 120 em Antônio Carlos, 97 em Brusque, 56 em Blumenau e 72 em Bom Jardim da Serra. Pela quantidade de água, há alerta de deslizamento para Brusque e Camboriú.
A previsão é de que a chuva dê trégua a partir desta quinta-feira. O sol pode aparecer na sexta-feira.
Temporal
Chuva causa estragos em Santa Catarina
Há registros de alagamentos, deslizamentos e pessoas desabrigadas
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