Pela primeira vez nos últimos 30 anos, troquei de carro para modelo e marca mais baratos.
Meu carro percorria três quilômetros e meio por cada litro de gasolina. O carro que comprei agora faz seis quilômetros com um litro dentro da cidade.
Fiz isso por falência múltipla de órgãos financeiros, não suportava gastar uma fortuna de gasolina com meu ex-carro.
Esse meu carro novo é menos confortável que o outro, tem menos potência (nem sei para que preciso disso, se não viajo de carro), o importante é que meu novo carrinho me leva e traz para o serviço, estou satisfeito.
Minha atitude é também um protesto contra o preço selvagem da gasolina, injustificável num país autossuficiente em petróleo. Serve também de protesto contra os cartéis das empresas distribuidoras de gasolina para os postos e também contra os postos que se combinam para fixar o preço dos combustíveis.
Meu novo carrinho é modesto, mas quem não tem cão caça com gato e eu estou protestando contra os gatos.
E, se prosseguirem a Petrobras e seus revendedores com essa ganância, trocarei imediatamente para uma bicicleta.
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Gosto muito de carnes. E prefiro nitidamente as costelas com matambres.
Ocorre que muitas vezes as costelas e outros tipos de carne são duras, difíceis e incômodas de comer.
Agora, no entanto, o engenheiro químico Newton Augusto dos Santos, o popular Macaco, turfista emérito, ensinou-me um truque que passo para os meus leitores como dica preciosa: a gente envolve a costela num papel laminado, depois de dar-lhe um banho com amaciante de carnes marca Maggi. E lança ao forno.
Meus amigos, as costelas fica parecendo um salmão, de tão macias. Os matambres, que adoro, desmancham na boca.
É um milagre. Aproveitem essa dica, é um achado.
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Determinei-me a não ler e-mails que me remetem e que têm mais de 15 linhas.
É uma questão técnica, eis que prometi a mim mesmo ler todos os e-mails que me enviam. E, se for ler os que têm mais de 15 linhas, não terei tempo de ler todos.
Tem gente que me manda e-mails de mais de 80 linhas, alguns até são relatórios de atividades de suas empresas, tenham dó, isso é um abuso.
Mais de 15 linhas, não leio. Devem conter assuntos interessantes, mas são inúteis, eu não leio.
Acontece que não tenho onde guardar esses calhamaços.
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Outra coisa: recuso-me a receber livros que tenham mais de 400 gramas.
Mandam-me livros que pesam dois ou mais quilos, relatórios, pesquisas. Enfim, uma infinidade de volumes de mais de um quilo cada um.
Tem gente que escreve livros, relatórios, balanços ou tratados dificílimos de serem lidos e resolve mandar de presente para quem conhece. Ou para quem tem coluna muito lida.
Não recebo mais. Nem os toco. É um abuso.
Opinião
Paulo Sant'Ana: "Minhas idiossincrasias"
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