Uma operação envolvendo o Ministério Público, Patrulha Ambiental da Brigada Militar, prefeitura e Corsan deverá vistoriar propriedades de Cruz Alta, no noroeste do Estado, em busca de utilização irregular da água do Rio Lajeado da Cruz, no interior do município. O rio é responsável pelo abastecimento da cidade, que está em situação de emergência por causa da seca.
De acordo com o promotor André Coelho, produtores estariam desrespeitando as áreas de proteção ambiental e cultivando lavouras de soja a menos de 30 metros do leito do rio. Além disso, há o relato de captação irregular de água para irrigação.
- Já fizemos campanhas de conscientização, autuamos produtores e nada foi suficiente. Agora vamos tomar providências mais drásticas, pois não pode um produtor se beneficiar e prejudicar a cidade inteira. Iremos com o corpo técnico da secretaria de agricultura do município e, em casos de reincidência, pediremos a prisão preventiva destes agricultores - afirma o promotor.
A vistoria nas propriedades ainda não tem data para ocorrer. Produtores com situação irregular perderão a licença ambiental concedida para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Segundo o promotor, até mesmo uma providência semelhante à tomada na situação do Rio dos Sinos - onde agricultores foram impedidos de retirar água para irrigação - pode ser tomada.
- Estamos em uma situação muito delicada. Em 15 dias poderemos ter de entrar em racionamento. Não queremos que aconteça aqui algo semelhante ao verificado no Vale do Sinos - explica o promotor.