Imagine a seleção feminina sem Marta. Ou a equipe norte-americana de natação sem Michael Phelps. Pois para não perder o único craque da seleção masculina de futebol, Neymar poderá ser preservado nas próximas rodadas olímpicas.
Não que o camisa 10 comece a assistir aos jogos sentado no banco de reservas. Definitivamente, não. Mas é bem possível que ele não dispute os 90 minutos das partidas contra Iraque (neste domingo, às 22h, no Estádio Mané Garrincha) e Dinamarca (na quarta-feira, às 22h, na Fonte Nova, em Salvador), dependendo do placar, é claro.
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Ocorre que Neymar estava em férias até se apresentar para a seleção olímpica, em Teresópolis (RJ). Enquanto a maioria dos demais convocados já estava em meio de temporada, o atacante do Barcelona ainda não havia retomado os treinamentos – devido ao recesso do calendário europeu. Ou seja: Neymar disputa os Jogos do Rio em uma espécie de pré-temporada particular.
Nos bastidores da seleção, o tema já é uma realidade. A boa atuação de Luan contra a África do Sul deu algum sossego ao técnico Rogério Micale, para que possa promover mudanças no ataque, em meio ao segundo tempo. Ainda que o craque seja considerado pelo preparador da seleção "fisicamente privilegiado", há o temor de uma lesão muscular por esforço ou mesmo uma contusão pelas pancadas que já recebeu na estreia – e pelas que ainda levará –, por ainda não conseguir driblar os adversários de maneira natural.
– Neymar não está em ritmo de jogo. Tanto que fez apenas o segundo jogo na temporada dele (o amistoso contra o Japão mais a partida contra a África do Sul) – afirmou o preparador físico da seleção olímpica, Marcos Seixas – Ao longo dos próximos jogos, a sequência vai devolver a ele esse ritmo. Fisicamente é um atleta privilegiado, o que faz com que entre em forma mais rapidamente. Esses pequenos (dificuldade de explosão e para dar dribles) fazem a diferença em campo, devido à falta de ritmo, mas, aos poucos, ele vai melhorar – acrescentou Seixas.
Além da questão física de Neymar (Rafinha e Felipe Anderson também têm alguma defasagem de preparação, comparados aos demais jogadores do elenco), a comissão técnica também se preocupa com o psicológico do grupo. Foi detectado que a ansiedade atrapalhou demais a evolução do time durante a estreia contra a África do Sul. Gabriel Jesus, que teve a melhor chance de gol e a desperdiçou, foi quem mais sentiu o jogo. Será monitorado de perto. O atacante gremista Luan, porém, ganhou pontos pela frieza com que entrou na partida.
*ZHESPORTES