Melhor tenista brasileiro da atualidade, Thomaz Bellucci possui a missão de conquistar um feito inédito para o país na modalidade: uma medalha olímpica. O atleta paulista, atual número 30 do mundo, terá a oportunidade de fazer bonito dentro de casa em 2016 e garante "se não acreditasse na possibilidade, nem entraria em quadra".
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Bellucci atingiu seu melhor ranking da carreira em julho de 2010, quando alcançou a 21ª colocação. Logo após, passou por altos e baixos, trocou de treinadores e ficou duas temporadas sem títulos. Porém, o bom nível do tenista parece estar voltando. Ao reatar sua parceria com o técnico gaúcho João Zwetsch, no início do ano, Thomaz se sagrou campeão do ATP 250 de Genebra, em maio, o quarto troféu de sua carreira.
Bellucci durante os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Foto: Miguel Medina/AFP
A Olimpíada Rio 2016 será a terceira participação do tenista de 27 anos em Jogos Olímpicos. Tanto em 2008 (Pequim), quanto em 2012 (Londres), Thomaz foi eliminado logo na estreia. Porém, na cidade maravilhosa, o paulista espera "incomodar" Djokovic, Federer e companhia.
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Após chegar em São Paulo, vindo de Florianópolis onde representou o Brasil na Copa Davis, Thomaz Bellucci atendeu a reportagem da Zero Hora e contou suas expectativas para os Jogos Rio 2016, falou sobre a derrota para a Croácia e sobre o futuro do tênis brasileiro.
Analisando sua atual temporada com as últimas, pode-se dizer que 2015 é um bom ano? O que mudou?
Venho fazendo uma boa temporada. Depois de um início de ano não muito bom, consegui melhorar no segundo semestre, os resultados começaram a aparecer, elevei meu nível de tênis e, consequentemente, o meu ranking também subiu. Ainda tenho uma boa sequência de torneios pela frente, até o final do ano, e espero melhorar ainda mais. Acredito que coisas boas ainda estão por vir.
Depois do Guga, se fala muito que o Brasil necessita de um novo ídolo no tênis. Por ser o brasileiro mais bem colocado do ranking, toda essa expectativa e pressão atrapalham de alguma forma?
Não me atrapalha. Lido bem com essa situação. Canalizo de uma forma positiva. Trabalho duro para estar cada vez melhor.
Faltando menos de um ano para a Olimpíada, como será a sua programação e preparação até os Jogos Rio 2016?
Não terei uma programação diferente até lá. Vou seguir jogando o circuito, buscando bons resultados para ascender cada vez mais. A expectativa é grande para os Jogos Olímpicos. Todo atleta quer disputar uma Olimpíada, ainda mais em seu país. Sigo treinando, jogando os torneios para estar em bom nível até lá.
O que a torcida pode esperar dos tenistas brasileiros nos Jogos Olímpicos? A conquista de uma medalha é sonho possível?
Podem esperar sempre o melhor de cada tenista. Ainda mais quando entramos em quadra representando o nosso país. A chave de uma Olimpíada equivale a uma chave de Grand Slam. Estarão no Rio os melhores do mundo. É um torneio duro, disputadíssimo, mas claro que sonhamos com a medalha e se não acreditasse na possibilidade de conquistar uma, nem entraria em quadra.
Você acredita que a escolha pelo piso rápido na Olimpíada prejudica os brasileiros de alguma forma?
Não. Hoje, no nível em que o tênis está, temos de jogar bem em qualquer piso. O negócio é se preparar da melhor forma possível.
Na sua opinião, quem são os favoritos à medalha nos Jogos Olímpicos?
Pelo nível do torneio, os primeiros do ranking mundial, Djokovic, Federer, Murray e daí por diante. Mas outros podem incomodar e me incluo nessa lista (risos).
Com o quadro atual do tênis brasileiro - tendo Melo e Soares como referências nas duplas; e a sua volta ao top 30 -, você acredita que essa é uma das melhores gerações do Brasil? Por quê?
Já fomos melhor com o Guga, com mais jogadores entre os 100 do mundo em uma mesma temporada. Mas acho que vivemos um bom momento. Está todo mundo correndo atrás de resultados pelo mundo afora. A temporada de tênis é desgastante, passamos praticamente o ano todo fora, nessa rotina de viagens, treinos e torneios, em busca de resultados.
Durante a Copa Davis, os juvenis têm a oportunidade de treinar com os melhores tenistas brasileiros. O que o Brasil pode esperar dessa nova geração?
Para eles, é uma experiência incrível treinar com a gente durante esta semana da Copa Davis. O Orlandinho (Luz), o João (Menezes) e o Igor (Marcondes) já estão correndo atrás dos resultados. São garotos esforçados que logo, logo irão despontar por aí.
Apesar da pouca idade, Orlando Luz é considerado uma das promessas do tênis brasileiro. Você acha que o gaúcho tem esse potencial? E toda essa expectativa em cima dele não é prejudicial?
Tem potencial sim, claro! A expectativa é natural, porque o brasileiro está sempre atrás de um ídolo. Cabe a ele e sua equipe administrar muito bem isso.
O que foi mais doloroso durante o confronto contra a Croácia, na Copa Davis: as dores nas costas ou perder dentro de casa com todo o apoio da torcida?
As duas coisas, principalmente quando você não corresponde às suas próprias expectativas. Mas é com as derrotas que aprendemos, principalmente no tênis. Agora é levantar a cabeça e voltarmos mais fortes no ano que vem para o Grupo Mundial. Quanto à torcida, só posso agradecer o incentivo de toda a semana em Florianópolis.
O que podemos esperar do Thomaz Bellucci em 2016? Já tens alguma meta em relação ao ranking?
Um Thomaz Bellucci melhor que 2015! Eu e minha equipe, com toda estrutura e suporte dos meus patrocinadores, só podemos esperar e trabalhar para estar cada vez melhor. Não fazemos prognósticos de ranking, mas se você trabalha, conquista os resultados, consequentemente, vai subir no ranking. A matemática nesse caso é simples. Sei que tenho tênis para estar melhor que top 30. Vou seguir trabalhando para os resultados acontecerem.
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*ZHESPORTES

