O Ministério Público da Suécia arquivou por falta de evidências a investigação sobre um suposto "estupro" que a imprensa do país vinculou a uma estadia em Estocolmo de Kylian Mbappé, anunciou o MP nesta quinta-feira (12), sem mencionar o jogador do Real Madrid.
O capitão da seleção francesa, que enfrenta um período complicado dentro e fora dos gramados, vê a ameaça de ser convocado pela justiça sueca desaparecer e pode virar a página.
— Minha avaliação é que as evidências não são suficientes para prosseguir e, portanto, a investigação está encerrada — disse a promotora responsável pelo caso, Marina Chirakova.
— Segundo as minhas conclusões e com base no que já apareceu neste caso, qualquer elemento novo, incluindo o interrogatório da pessoa em questão, não mudará o estado das evidências neste momento — acrescentou a promotora.
Em seu comunicado, a promotora não menciona o atacante francês e explica que a pessoa afetada pela investigação "não foi notificada das suspeitas de crime".
— Fizemos vários interrogatórios nesta investigação — explicou à AFP, antes de acrescentar que "houve outro tipo de evidências, além dos interrogatórios".
— Não farei nenhum comentário — declarou Petra Eklund, advogada da denunciante.
Os fatos investigados teriam acontecido em 10 de outubro em um hotel de luxo em Estocolmo, onde Mbappé estava hospedado, segundo os jornais suecos Aftonbladet e Expressen.
O atacante visitou a capital sueca de 9 a 11 de outubro, após não ter sido convocado para a seleção francesa para disputar as partidas daquela semana pela Liga das Nações.
A denúncia, segundo o Aftonbladet, foi apresentada em 12 de outubro, depois que a suposta vítima procurou atendimento médico. O MP confirmou em 15 de outubro uma investigação por "suposto estupro em Estocolmo", mas não mencionou o jogador.
A imprensa local destaca que o atacante do Real Madrid figurava como "razoavelmente suspeito" na investigação preliminar, o menor nível previsto pela legislação sueca.
Mbappé passou a noite de 10 de outubro com um grupo de pessoas no restaurante Chez Jolie, um estabelecimento da capital sueca, antes de seguir para o clube V, segundo o Aftonbladet. No estabelecimento noturno, o jogador e seus amigos fecharam uma sala exclusiva, para a qual quase 30 pessoas foram convidadas.
Quando o caso explodiu, Mbappé denunciou nas suas redes sociais "fake news", estabelecendo um vínculo entre as notícias e sua disputa financeira com o Paris Saint-Germain.
Em uma entrevista exibida no domingo (8) pelo Canal+, Mbappé mencionou pela primeira vez o caso em público e afirmou que não estava envolvido.
— Eu não recebi nada, nenhuma convocação. Eu li o mesmo que todo mundo. O governo sueco não disse nada. Não estou envolvido — declarou, antes de afirmar que não conhece a identidade da denunciante.