A mais longa "semana Gre-Nal", enfim, terminou. Inflada pela pausa da data Fifa, que parou o campeonato e só teve um jogo isolado do Grêmio, ela durou mais do que os sete dias. Mas chega! A partir das 16h deste sábado, no Beira-Rio, os debates sobre quem chega melhor, os "mano a mano", os mistérios, os desfalques, a arbitragem ficam para trás e são os jogadores e técnicos que decidem o que vai para a história do 443º encontro entre Inter e Grêmio. Em um estádio com lotação quase máxima, os dois times se enfrentam pela 30ª rodada do Brasileirão.
E é importante lembrar este fato. Porque, por mais que se diga que Gre-Nal é um campeonato à parte, os três pontos são fundamentais para ambos na sequência da competição nacional. Para o Inter, uma vitória o mantém no G-6 e o aproxima do G-4. Para o Grêmio, uma vitória o afasta definitivamente dos riscos de rebaixamento e o consolida na zona da Copa Sul-Americana. Uma derrota, porém, obriga a olhar para o Z-4. O clássico chega em um período de consolidação da Dupla. Os dois estão no G-6 do segundo turno.
Contexto do Brasileirão à parte, o Gre-Nal terá algumas histórias. A mais aguardada é a de Roger vestindo vermelho no clássico. O técnico colorado é o personagem principal, prévio, do confronto. Após 32 duelos, todos pelo azul, reencontra Renato Portaluppi, de quem foi auxiliar no começo da carreira e seu sucessor nas duas passagens como treinador tricolor.
Edenilson também viverá a rivalidade do outro lado pela primeira vez no Beira-Rio, estádio onde teve alguns melhores momentos de sua carreira. Tem ainda Borré e Braithwaite conhecendo o jogo e trazendo suas experiências euro. Além deles, são mais seis possíveis estreantes entre os titulares, Rogel (ou Clayton Sampaio), Bernabei e Gabriel Carvalho pelos colorados, Jemerson (que joga com Rodrigo Ely, já que Kannemann se lesionou), Mayk e Aravena pelos tricolores.
Ainda dentro do campeonato dentro do campeonato, a "semana de 14 dias" proporcionou buscar algumas estatísticas. Como a do atual momento do clássico. Tendo vencido os dois jogos anteriores, se ganhar também o próximo Gre-Nal, o Inter igualará uma marca de 50 anos atrás. Em 1974, foi a última vez que teve 100% de aproveitamento em duelos contra o maior rival. Ao Grêmio 2024, cabe tentar impedir a marca. Em alguns casos, ficar fora da história também importa.
E, para que não se esqueça, o Gre-Nal abre um período final da reconstrução de Porto Alegre. Por conta da enchente, o clássico do primeiro turno do Brasileirão foi disputado em Curitiba. Agora, 237 dias depois do duelo anterior (3 a 2 para o Inter pelo Gauchão), a grife do futebol reencontra a Capital.
Pelo Brasileirão, pela reconstrução, por Roger, por Edenilson, pelos atacantes estrangeiros, por quase 50 mil pessoas no Beira-Rio, é possível dizer: o Gre-Nal 443, antes mesmo de começar, já é especial. Resta ver o que o campo mostrará.