O Museu Olímpico de Sarajevo, dedicado aos Jogos Olímpicos de inverno sediados pela capital bósnia em 1984, foi reinaugurado nesta quinta-feira (8) em cerimônia que contou com a presença do príncipe Albert II de Mônaco, 28 depois do local ser bombardeado no início da guerra dos anos 1990.
Uma das joias da arquitetura local, construído no início do século XX, o museu foi um dos primeiros símbolos da cidade atingido pelos bombardeios das forças sérvias durante o cerco de Sarajevo (1992-1995).
Foi em 27 de abril de 1992, nas primeiras semanas da guerra da Bósnia que deixou cerca de 100.000 mortos, 11.000 deles em Sarajevo.
"Nossa intenção de reconstruir todos os símbolos destruídos desta cidade se torna pouco a pouco realidade. Esta noite é prova disso", declarou o prefeito de Sarajevo, Abdulah Skaka, ao lado do convidado monegasco, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Outra construção emblemática de Sarajevo, a Biblioteca Nacional, bombardeada e incendiada durante a guerra, foi reconstruída e reinaugurada em 2014.
O príncipe Albert receberá nesta sexta-feira a "chave de Sarajevo" por seu apoio à "promoção internacional das atividades esportivas" da capital bósnia.
A autoridade monegasca participou várias vezes dos Jogos Olímpicos de Inverno, competindo no bobsled.
Um dos fundadores do Museu Olímpico e seu atual diretor, o artista bósnio Edin Numankadic, conseguiu preservar uma grande parte do acerto escondendo-as no sótão da pista de patinagem olímpica de Zetra.
Os objetos foram expostos novamente em 2004 em um museu temporário, na mesma pista, mas Numankadic, de 72 anos, sempre teve o objetivo de reabrir o Museu Olímpico.
Numankadic declarou em fevereiro de 2019, em entrevista à AFP, que o museu conserva "uma rara lembrança feliz" em uma cidade marcada por uma história trágica.
No século XX, "lembramos do atentado de Sarajevo que marcou o início da Primeira Guerra Mundial, lembramos do cerco, e finalmente das Olimpíadas", explicou.
Os Jogos Olímpicos de Sarajevo foram organizados poucos anos antes da dissolução da Iugoslávia.
A exposição contém numerosos objetos simbólicos, desde fotos, lembranças da época e uniformes de alguns atletas a obras que alguns artistas dedicaram aos Jogos, como Andy Warhol, Henry Moore, Michelangelo Pistoletto ou James Rosenquist.
* AFP