A trajetória dele é, no mínimo, precoce. Afinal, como pode um jovem de 21 anos ser experiente a ponto de disputar o terceiro Mundial Sub-23? O caxiense Fernando Kreling, o Cachopa, cumprirá este desafio a partir de sexta-feira, quando defenderá o Brasil no torneio que será disputado no Egito.
Cria das categorias de base da UCS, Cachopa transferiu-se em 2014 para o Sada/Cruzeiro. E por lá acumula títulos. É tricampeão da Superliga, bicampeão sul-americano e bicampeão mundial de clubes, entre outros. Não bastasse isso, é desde muito cedo presença certa nas convocações das categorias de base da seleção brasileira.
Em 2013, com apenas 17 anos, o levantador fez parte da seleção campeã mundial sub-23 em Uberlândia-MG, com nomes como os ponteiros Lucarelli e Lucas Loh, e o central Otávio, que atualmente representam a equipe adulta. Dois anos depois, era titular do time que acabou na quinta colocação em Dubai. Agora, será o capitão do grupo comandado pelo técnico e bicampeão olímpico Giovane Gávio.
– Ser capitão dá uma responsabilidade de liderar o grupo, estar sempre puxando todos para cima. Acredito que tenha sido o escolhido por ser levantador, estar sempre em contato com todos, por ter alguns pontos de liderança dentro do grupo, mas todos colaboram muito – destaca Fernando, em entrevista ao site da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
O grupo brasileiro está na Polônia e disputa nesta terça-feira o último amistoso contra os donos da casa antes de embarcar para o Egito. O Mundial inicia na sexta-feira e segue até o dia 27 deste mês. Para o jovem levantador, a experiência adquirida nas edições anteriores e no próprio convívio com as estrelas do Sada/Cruzeiro são fundamentais para um momento tão importante da carreira.
– O aprendizado que tenho com as pessoas lá é incrível. Convivo com grandes campeões e tento absorver o máximo possível. Quando chego aqui na seleção, tento passar para os meus companheiros que talvez não tenham essa vivência – comenta o caxiense.
Atual campeão sul-americano da categoria, o Brasil está no Grupo A e vai enfrentar México, Polônia, Egito, Cuba e Japão na primeira fase do Mundial. A estreia será contra o mexicanos, na sexta-feira. Os dois melhores avançam à semifinal.
Na outra chave, estão Argentina, Argélia, China, Irã, Rússia e Turquia.Com o sonho de chegar à seleção principal, Cachopa sabe que o Mundial tem um peso importante. Por isso, é hora de colocar a experiência em prática e trabalhar por um bom resultado no Egito.
– Nossa geração sempre teve muito potencial e acredito que com mais bagagem e um pouco mais de experiência, como estamos agora, temos tudo para fazer bonito no Mundial – finaliza.