Ele é ídolo da torcida do Grêmio e surpreende pela juventude que possui aos 40 anos. Quem enfrentou o Paredão do Guerrinha neste sábado, 18, foi Zé Roberto. O atleta conversou com Adroaldo Guerra Filho sobre o complicado início de sua carreira.
Início da carreira
Aos 15 anos, Zé Roberto já havia desistido de ser jogador de futebol. Quando seu pai saiu de casa e uma irmã do atleta faleceu, restando Zé e mais três, viu que precisava arranjar um emprego que ajudasse a pagar as contas da casa.
"Eu , não caí no futebol, fui achado no futebol. Desde a peneira na Portuguesa eu fui achado no meio de milhares e milhares de garotos. Desde os 7 anos, quando comecei a ir atrás, fui achado no meio de milhares de garotos que tinham esse sonho de jogar futebol. Eu ser jogador de futebol é graças à perseverança, à persistência e à fé da minha mãe, porque eu já havia desistido. Quando meu pai saiu de casa e minha irmã faleceu, perto dos 14, 15 anos, eu vi que precisava ajudar em casa com um emprego de verdade", afirma Zé Roberto.
Entretanto, sua mãe insitiu e inscreveu o jovem jogador sem que ele soubesse em um teste no time da Portuguesa. Os organizadores escreveram no chão para que fosse organizada uma fila em cada posição; os que desejavam atuar no ataque, no meio-campo, na defesa e no gol. Zé era meia, mas achou melhor tentar uma vaga na lateral.
"A fila de garotos para jogar no meio estava muito grande, então eu fui pra de lateral, porque tinha uma fila menor. A de lateral e a de goleiro. Aí eu troquei. No final da peneira, escolheram dois, no meio dos 22 presentes, e eu não estava entre os escolhidos. Fui embora triste com a minha mãe pra pegar o ônibus, mas ela insistiu mais uma vez e pediu mais uma oportunidade. Daí no mês seguinte eu fiz outro teste e passei", conta o jogador.
Da Portuguesa para a Europa
Após grande temporada com a camisa da Lusa, Zé Roberto foi transferido para o futebol espanhol. Podendo escolher entre diversos gigantes do futebol mundial. O Real Madrid foi o escolhido onde Zé atou por uma temporada.
"Fiz um grande campeonato brasileiro e era jovem, tinha 21 anos, se não me engano, e tive um destaque muito grande, que nos levou a disputar a final contra o Grêmio em 1996. Ali despertou o interesse de vários clubes. Times da Itália, o Real Madrid e eu escolhi o Real Madrid. Acabei indo mesmo jogando em uma equipe de menos expressão pelo destaque que tive mesmo jogando em um time de menos expressão".
O jogador acabou não sendo aproveitado em Madrid e depois de uma temporada voltou para o Brasil para usar a camisa do Flamengo. Em seis mese chamou atenção da Europa e foi para a Alemanha, onde se tornou ídolo com a camisa do Beyer Leverkusen atuando por 12 anos no clube. Para Zé, a Alemanha foi o país onde construiu sua família e lhe deu a mentalidade do que é ser um jogador profissional.
"Hoje eu sou um cidadão, um atleta e um pai de família realizado", diz.
Grêmio
Zé Roberto sempre teve o sonho de se aposentar no Brasil. A ida ainda quando jovem para a Europa trouxe este desejo para o atleta. Após atuar no Santos em 2006, o Grêmio abriu as portas para o jogador.
"Meu melhor momento do Grêmio foi sem dúvida o meu primeiro ano. Foi um ano onde joguei em uma posição que eu já havia jogado com o Vanderlei no Santos em 2007 e foi onde dei assistências, fiz gols e foi onde recebi o reconhecimento do meu trabalho", disse.
Brasileirão 2014
Sobre o desempenho da equipe no Campeonato Brasileiro, Zé Roberto adota o pensamento de todo grupo, de ainda pensar no título da competição. O Grêmio é hoje quinto colocado e está a um ponto do G-4, mas o troféu de campeão ainda é o sonho do jogador.
"Enquanto houver possibilidade, temos que continuar pensando nela", acredita.
Futuro
Zé ainda não decidiu o que vai fazer após sair do futebol. Apesar da saúde demonstrada dentro de campo, aos 40 anos Zé Roberto está próximo da aposentadoria. Ainda não há planos concretos para o futuro.
"Vou querer tirar um tempo pra cuidar e ficar com a família. Nesse período jogando ainda não tive tempo pra isso. Quero tirar pelo menos seis meses pra fazer isso. Aí, sim, vou pensar se vou ter escolhinha, uma fundação, se vou continuar no esporte, concluiu Zé Roberto.
Ouça a primeira parte do Paredão do Guerrinha com Zé Roberto
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