
A Prefeitura de Porto Alegre vai iniciar na próxima semana a busca por alternativas para suprir as 800 vagas de estacionamento que deixarão de ser criadas ao lado do Estádio Beira-Rio. O motivo é um impasse existente entre o Executivo Municipal, o Internacional e construtoras sobre a responsabilidade de 23 mil metros cúbicos de entulhos depositados ao lado do estádio.
De acordo com a Secretaria Municipal de Gestão (SMG), o custo para a remoção do material superaria R$ 1 milhão. Nessa sexta-feira, a Prefeitura enviou um comunicado ao Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo alertando sobre a impossibilidade de construir o estacionamento até o início dos jogos. No entanto, a Administração Pública ainda não tem um “Plano B” para suprir a demanda das vagas que seriam destinadas à Fifa, como destaca o secretário de Gestão, Urbano Schmitt:
“Até agora, nós estávamos trabalhando muito forte numa proposta de tentar viabilizar isso. Então, uma vez efetivamente definido de que não vai ser possível a ocupação desta área, nós teremos de procurar um Plano B. Mas, até agora, não está nem quantificado, nem precificado”, ressalta.
A data considerada crítica pela Prefeitura para a retirada dos entulhos era 23 de abril. No entanto, a direção do Internacional defende que, mesmo que o material seja oriundo das reformas do Estádio Beira-Rio, a remoção deve ser feita por quem depositou o entulho no local. A Andrade Gutierrez, por meio de nota, alega que o material já estava na região quando a construtora deu continuidade às reformas do estádio.
Por outro lado, o presidente da Construtora Tedesco diz que toda a área do Beira-Rio foi vistoriada quando a empresa concluiu as obras que tinham responsabilidade. Por este motivo, Pedro Tedesco acredita que os entulhos depositados ao lado do Beira-Rio não foram deixados no local durante a execução dos trabalhos da construtora:
“Eu acredito que não. Como é que ia deixar o negócio lá? Eu sei o que eu fiz. O que eu fiz foi entregue e tem um termo de encerramento do meu contrato, de aceitação das coisas que eu executei. Do que que foi feito; como foi feito”, esclarece.
A Construtora Tedesco foi responsável pela execução das fundações externas e em parte da área interna do Beira-Rio, além do sistema de drenagem fluvial. Os entulhos estão depositados fora do terreno do Internacional, entre o estádio colorado e o Viaduto Pinheiro Borda. Sem a remoção do material, apenas 600 vagas de estacionamento, de 1,4 mil previstas, poderão ser construídas pela Prefeitura.
Em nota, o COL destaca que já está em tratativas com a Prefeitura de Porto Alegre para a busca de alternativas:
"O COL acompanha diariamente a situação com a equipe local e de maneira centralizada na sede do Rio de Janeiro. Temos confiança na resolução da questão em tempo hábil para a utilização do estacionamento para a Copa do Mundo da FIFA. Porém, caso não seja possível resolver o problema a tempo, trabalhamos em conjunto com a Prefeitura na busca de alternativas."