Pelas seis medalhas que conquistou em Londres, Michael Phelps pagará o equivalente a R$ 93,4 mil em impostos - taxa da qual estaria livre se fosse brasileiro. Por outro lado, no Brasil, o nadador jamais ganharia do governo os R$ 263 mil em prêmios sobre os quais esses impostos são descontados.
Expliquemos. O caso de Phelps provocou rebuliço entre líderes esportivos e políticos dos Estados Unidos. Vencedor de quatro medalhas de ouro e duas de prata, o nadador sofreu uma mordida do leão que até o presidente Barack Obama já considera injusta.
Uma análise da Tax Reform Foundation apontou que os cofres do Tio Sam abocanham US$ 8,9 mil (R$ 18 mil) por cada medalha de ouro que um atleta americano ganha na Olímpiada. Uma medalha de prata rende ao tesouro US$ 5,3 mil (R$ 10,7 mil), e uma de bronze vale US$ 3,5 mil (R$ 7,1 mil). A tributação até pode ser alta, mas os números parecem menos absurdos quando colocados no contexto correto.
Todos esses impostos são descontados de uma premiação que os medalhistas recebem do Comitê Olímpico Americano. O órgão paga US$ 25 mil (R$ 50,6 mil) por cada medalha de ouro, US$ 15 mil (R$ 30,4 mil) pelas de prata e US$ 10 mil (R$ 20,2 mil) pelas de bronze. No Brasil, não há impostos para quem sobe no pódio - mas também não há prêmios do governo.
As premiações dos medalhistas brasileiros costumam partir apenas das entidades esportivas ou dos próprios patrocinadores. Sarah Menezes, judoca vencedora do ouro em Londres, receberá R$ 100 mil da Confederação Brasileira de Judô. Bronze em suas categorias, Felipe Kitadai, Rafael Silva e Mayra Aguiar embolsarão R$ 20 mil cada.
Nos Estados Unidos, os atletas campeões também recebem prêmios além do que é pago pelo Comitê Olímpico. O presidente Barack Obama manifestou apoio a um projeto da oposição que pretende acabar com o imposto sobre as premiações.
Se for aprovada no Congresso, a proposta permitirá que Phelps embolse R$ 263 mil limpinhos. Por enquanto, descontados os impostos, o maior medalhista da Olimpíada tem direito a R$ 169,6 mil.
