
A reação do Inter contra o Nacional-URU, quando saiu do 0 a 3 para o 3 a 3, teve aspecto negativo para além de uma defesa ser tão vazada em tão pouco tempo. É que nenhum dos gols colorados foi marcado por algum dos atacantes. Mais do que isso, nem Valencia nem Borré participaram das ações que resultaram no empate. A ausência de ambos nas estatísticas ofensivas causa preocupação no universo colorado.
O ano dos dois tem sido de oscilação. Borré começou a temporada como titular, depois se lesionou e Valencia assumiu o lugar. E sua resposta foi boa.
Nas fases finais do Gauchão, o centroavante marcou duas vezes na semifinal e fez o gol da decisão contra o Grêmio. Voltou para o banco contra Flamengo e Bahia, e diante dos baianos, pela Libertadores, fez mais um. A última vez que foi às redes ocorreu em 6 de abril, o segundo do 3 a 0 sobre o Cruzeiro. Curiosamente, foi o último de Borré, o terceiro.
Mais desperdício
Os dois são criticados pela falta de gols, mas os números mostram que os problemas são diferentes. Enquanto Borré tem poucas participações, Valencia tem desperdiçado mais.
Segundo o Sofascore, o equatoriano desperdiçou cinco grandes chances no Brasileirão. Ele acerta 30% das finalizações que tenta. Os gols esperados (xG, na sigla em inglês) passam de 2,2, enquanto a bola só entrou efetivamente uma vez.
Esse dado, que analisa a qualidade das chances, levando em conta posição da bola, número de oponentes na cena, placar do momento, distância para a meta, entre outros, significa que Valencia deveria ter marcado ao menos dois gols, somadas as oportunidades. E só fez um.
Pouca participação
Borré tem 0,36 nos gols esperados. E uma conversão. É um dado até mais realístico para um atacante. Seu problema é que só perdeu uma chance. Ou seja, tem pouca participação ofensiva na fase definidora. O colombiano é um atacante que ajuda na construção, aparece para tabelar, mas tem concluído pouco.
Apesar da falta de gols, Roger trata de blindá-los. O técnico defendeu os dois na última entrevista coletiva:
— Atacantes passam por bons e maus momentos. Estávamos festejando até pouco tempo atrás a titularidade do Valencia pelo que vinha produzindo. E não muito tempo atrás falando da qualidade do Borré e exaltando o peso dos dois jogadores. Centroavantes que estão em frente ao goleiro correm o risco de não converter. São jogadores que precisam que as oportunidades sejam criadas.
Borré comentou sobre o tema:
— Sempre jogamos pensando que o coletivo é o mais importante. Sabemos que eu e Enner somos importantes na conclusão das jogadas. É importante seguirmos conectados, entrando neste circuito e seguindo este caminho com os nossos atacantes criando situações, porque tendo as situações, poderemos marcar o gol.
O fato é que, mais do que nunca, o Inter precisará deles. A efetividade será fundamental para suportar essa maratona de jogos com poucos treinos e quase nenhum repouso. E, por efetividade, é preciso entender: quando a bola chegar, transformar em gol.
Libertadores e Brasileirão
Valencia
- 8 jogos;
- 470 minutos;
- 2 gols;
- 6 grandes chances perdidas;
- 1,59xG.
Borré
- 8 jogos;
- 312 minutos;
- 1 gol;
- 1 grande chance perdida;
- 0,36 xG.
*Dados: Sofascore
Quer receber as notícias mais importantes do Colorado? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Inter.