
Por mais que perca treinos, a pausa da data Fifa está sendo positiva para o Inter em termos de Enner Valencia. O centroavante equatoriano, que havia acabado o Gauchão em alta por conta do golaço na decisão contra o Grêmio, aumentou sua moral na partida de sua seleção. Fez os dois gols da vitória do Equador sobre a Venezuela, praticamente garantiu presença na próxima Copa do Mundo e voltou a ser ovacionado por sua gente.
Essa fase pode mantê-lo também como titular na equipe de Roger Machado a partir de sábado, no começo do Brasileirão.
Os dois gols de Valencia contra a Venezuela só não foram três porque o goleiro Romo defendeu um pênalti do atacante. Contudo, o colorado entrou para a história da seleção de seu país ao marcar o gol mais rápido após uma saída de bola, aos 26 segundos da etapa final. Ele é o atual artilheiro das Eliminatórias, com cinco gols. Nesta terça-feira (25), volta a campo por sua seleção, fora de casa, diante do Chile.
— Foi uma ótima apresentação de Enner. É um jogador que já conhecemos desde 2014 — elogiou o técnico Sebastian Beccacece, da seleção equatoriana.
O jornalista Paulo Álvarez, do portal El Comercio, de Quito, ressaltou:
— Valencia chegou aliviado pelo gol no Gre-Nal. A faixa de capitão coube direitinho. E conseguiu apagar a má apresentação na Copa América, contra a Venezuela, quando foi expulso no início do jogo, ao marcar dois gols. Foi a figura da partida.
"Superman"
Entre os torcedores, Valencia voltou a ser ovacionado. Ele foi chamado de GOAT, com uma cabra ao lado. Além do animal, a expressão em inglês é usada como "melhor de todos os tempos" (greatest of all times). E, mais de uma vez, é citado como "Superman" nos textos sobre a vitória equatoriana.
Sua missão, agora, é no Inter. Quando Borré se lesionou, após a partida contra o Monsoon, pela última rodada do Gauchão, Valencia recebeu a incumbência de levar o time à decisão. E foi fundamental: foram dois gols contra o Caxias, o do empate e o do 3 a 1 da partida de volta, no Beira-Rio.
Com o desempenho, recebeu a oportunidade de Roger para ser titular na Arena, no jogo de ida da decisão. Não fez gol, mas incomodou a defesa tricolor. E na partida derradeira, marcou o gol que abriu o placar e deu a tranquilidade necessária ao time.
— Costumamos dizer que ninguém larga a mão de ninguém. É isso o que fazemos com Valencia. Por vezes isso significa tirá-lo, colocá-lo no banco. Mas dar moral, conversar. Ver Valencia novamente fazendo os gols, da forma como tem as suas características, é importante. O crescimento dele nos dá alternativas consideráveis, que são importantes nos momentos decisivos — disse Roger.
É nesse centroavante definitivo e recuperado que o Inter aposta no começo do Brasileirão e da Libertadores. E sabendo que a alternativa é Borré, de nível semelhante. O ataque não parece ser problema.