A segunda-feira (15) foi especial para os torcedores do Inter. Afinal, foi o momento de relembrar a conquista da primeira Libertadores, feito alcançado em 16 de agosto de 2006. Para celebrar a data, o clube preparou uma série de atividades especiais.
A partir das 21h45min, horário em que se iniciou a decisão contra o São Paulo, o ex-volante Tinga comandou uma live, denominada "15 Anos de Um Dia Sem Fim", onde trouxe detalhes inéditos daquela campanha que culminou com o título da principal competição da América do Sul.
— Eu sabia do tamanho do que eu estava prestes a participar, sendo a vitória ou a derrota. Eu sabia qual seria a capa do jornal no outro dia. Como terminou, com o 2 a 2, sendo campeões, ou se não tivéssemos segurado o resultado. Eu já estava negociado, contratado por outro time da Europa. Era uma mistura de medos. Não sabia se teria oportunidade de jogar pelo Inter e ser campeão da Libertadores outra vez — contou.
Tinga relembrou os momentos mais marcantes do duelo diante dos paulistas. O então camisa 7 foi o autor do segundo gol colorado, mas acabou sendo expulso, deixando o time com um a menos no restante da partida.
— Em vários momentos eu me lembro da expulsão, especialmente do momento em que eu descia para o vestiário. Lembro de olhar para os torcedores. Eles comemorando o gol, com alegria, mas também com a angústia de ter perdido um jogador, que era eu. Eu lembro do rosto dos torcedores. Eu cheguei no vestiário com uma peso muito grande, querendo que o tempo passasse o mais rápido possível — recordou.
Questionado sobre a angústia que passou nos 27 minutos em que permaneceu sozinho aguardando o apito final, Tinga foi taxativo ao afirmar que, se fosse possível voltar no tempo e mudar alguma coisa, não alteraria um detalhe sequer:
— Se eu pudesse escolher novamente fazer um gol, ser expulso e vivenciar o que vivenciei, eu escolheria exatamente da mesma forma, pois eu consegui me ver como o torcedor que assistia ao jogo na coreia, que esperava o segundo tempo para pode entrar, que era como eu e os meus amigos da Restinga entrávamos no Beira-Rio. Eu vivi exatamente na essência o que é ser torcedor. Ele sofre.