O vice-campeonato do Brasileirão selou a sétima passagem de Abel Braga com técnico do Inter. O treinador se despedirá nesta sexta-feira (26), em conversa com os dirigentes, mas há o entendimento que deixará um legado no clube — pelos jovens como titulares, pelo espírito de entrega dos atletas e a confiança devolvido ao elenco. Nos bastidores, o comandante é elogiado pelo trabalho desempenhado.
Apesar de Eduardo Coudet ter alçado garotos, Abel garantiu as titularidades de Praxedes, Yuri Alberto e Caio Vidal — o único, lançado por ele nos profissionais. Além disso, Rodinei e Moisés, antes criticados, assumiram as laterais e passaram ao posto de donos das posições.
O técnico também reafirmou o sistema defensivo com Rodrigo Moledo e Víctor Cuesta. Depois da lesão de Moledo, Lucas Ribeiro, antes preterido por Coudet, assumiu a posição de vez e entra a nova temporada afirmado.
— Não faltou nada. O grupo é excelente. Com dois jogadores por posição, algumas até com três. Não faltou nada. Creio que ajudei alguns jogadores a ficarem mais rodados. Não conseguimos aproveitar as oportunidades. Foi uma busca muito grande pela conquista, que lamentavelmente não veio — disse Abel na coletiva, após o empate com o Corinthians.
Os relatos dos dirigentes são de que o campeão mundial resgatou, com o seu discurso, o espírito de empenho entre os atletas. A postura vista na arrancada foi determinante para tantas vitórias em sequência.
Um dos jogos vencidos é visto como histórico: o confronto diante do São Paulo, no Morumbi, por 5 a 1. Outro duelo celebrado na campanha é o último Gre-Nal, vitória por 2 a 1, de virada, nos acréscimos. O Colorado não vencia o clássico há 11 partidas, algo pouco visto no histórico da rivalidade gaúcha.
— É uma pessoa que aprendi a admirar. Trabalhou de uma forma interdisciplinar. Realmente, o Abel está dando um exemplo de cidadão, de coloradismo e de profissionalismo nesta passagem dele — ressaltou João Patrício Herrmann, na tarde da última quinta.
Segundo os dirigentes do departamento de futebol, Abel deixa um legado pelos pouco mais de 100 dias de trabalho, tempo considerado curto — além do recorde alcançado por ser o técnico que mais dirigiu o clube, mas também pelo que deixará ao seu sucessor, Miguel Ángel Ramírez, que começará a implementar o seu estilo a partir da próxima semana.