Que torcedor não teria saudade do título mundial conquistado pelo seu time? Imagine então se ele pudesse ir ao estádio e decidir não ir por conta de compromissos profissionais. Ali na frente, o clube do seu coração ergue a taça mais desejada do planeta e o fã não viu de perto.
Agora imagine se você fosse um jogador e pudesse ser protagonista nesta conquista. Duas vezes. No entanto, uma decisão da sua carreira mudou este rumo. Alex, ex-meia do Inter, conquistou o título sob o comando de Abel Braga em 2006 e acabou deixando o Corinthians em 2012 antes de jogar contra o Chelsea.
— Eu ter ganho pelo Inter, fez eu pensar no dinheiro, falando o português bem claro. Eu saí com 27 anos pela primeira vez do Brasil, com a minha carreira consolidada e as portas abertas. Fui para a Rússia, com o euro custando R$ 2,40. Adoraria que fosse agora (risos). Sem reclamar, foi ali que eu comecei a ganhar dinheiro, nos últimos sete anos da minha carreira — contou.
— Eu fui mal na decisão de sair do Corinthians, pois quando você está ganhando no Corinthians é fantástico trabalhar. Até o Mundial a gente teria um ambiente fantástico para trabalhar. Até porque aquele Chelsea, apesar de ser o Chelsea, não era o Barcelona que nós ganhamos em 2006. O nível de igualdade para o nosso Corinthians, que era "macaco velho", malandro, era diferente. Aí eu cheguei na Arábia querendo ficar três anos para fazer o meu pé de meia e em seis meses eles já queriam me negociar, para dar dinheiro para o clube e gerar comissão para o empresário. Esse é meu arrependimento. O prestígio profissional traz dinheiro. Eu gostaria de ter esse Mundial no meu currículo — recordou.
Natural de Cornélio Procópio, é no interior do Paraná que o ex-meia fica recluso em meio a uma pandemia. Entre um acorde de violão e outro, o eterno "Super Alex" brinca com o distanciamento social e também tem saudade do esporte:
— Eu estou no interior do Paraná. Por aqui é mais difícil até o coronavírus chegar em nós (risos). Mas eu tenho uma certeza na vida: eu vou morrer de saudade de jogar futebol para o resto da vida. A falta que faz o futebol na vida do brasileiro, na nossa que está lá dentro, ou de outros torcedores. Faz muita falta para a gente.
Assim que saiu do Corinthians em 2012 para vestir a camisa do Al-Gharafa, Paolo Guerrero desembarcou no Parque São Jorge. A dupla não atuou juntos em São Paulo, mas compartilha de uma história no Inter. De acordo com o ex-meia, o peruano é um atleta que qualquer time gostaria de contar:
— O Guerrero é um cara que todo o time gostaria e deveria ter no time. Faz gol, impõe respeito. Ele te desafoga em um escanteio, em uma bola parada ou briga com alguém. A única coisa que eu falaria dele contra é a questão emocional. Antes da Copa América ele estava muito estressado e preocupado com arbitragem e não produziu muito. Mas ele dá retorno em campo. O custo benefício dele é só positivo. Ele é barato. Jogador caro é o que não dá retorno.