O gol de Paolo Guerrero nos minutos finais do jogo no Parque Central na semana passada abriu o caminho para o Inter avançar para as quartas de final da Libertadores. Mas faltava confirmar a vaga em Porto Alegre. Na noite de quarta-feira (31), com público recorde no Beira-Rio — 48.530 pessoas — os colorados comemoraram a classificação com nova vitória sobre o Nacional.
O time de Odair Hellmann agora vai encarar o Flamengo, que eliminou o Emelec nos pênaltis, nas quartas de final. O clube carioca foi adversário do Inter na Libertadores de 1993, na fase de grupos. O Flamengo levou a melhor naquela ocasião, com vitória de 3 a 1 no Maracanã e empate sem gols no Beira-Rio. O Inter, que vinha do título da Copa do Brasil, acabou eliminado na chave que tinha ainda os colombianos América de Cali e Atlético Nacional.
Nas quartas de final, o Inter mais uma vez terá a vantagem fazer a segunda partida no Beira-Rio, o que aumenta a confiança dos colorados.
— A nossa equipe é bastante forte nos nossos domínios. O torcedor criou essa aliança com o time. Mas também é verdade que muitas vezes os enfrentamentos se decidem no primeiro jogo. Espero que possamos trazer algum tipo de vantagem para o Beira-Rio. Jogar a segunda em casa, na minha visão, é uma vantagem que nós não podemos desprezar — avaliou o executivo de futebol Rodrigo Caetano.
O bom desempenho contra o Nacional é outra fator que dá confiança para o Inter não apenas para os confrontos com o Flamengo, mas também para a semifinal da Copa do Brasil diante do Cruzeiro. Na avaliação de Odair Hellmann, o Colorado fez diante dos uruguaios uma das melhores atuações sob o seu comando.
— Foi uma das grandes atuações que tivemos em todos os aspectos. Nem sempre conseguimos aliar a performance à criação, junto com o desempenho tático e físico. O placar ficou barato pelo que o jogo apresentou. Conseguimos duas vitórias e a nossa classificação, que era o objetivo. Vamos seguir fortes e consistentes — analisou o técnico.
Autor do gol que abriu o caminho para a vitória colorada, Rodrigo Moledo viveu uma noite especial. O zagueiro completou 150 jogos com a camisa do Inter em suas três passagens pelo Beira-Rio.
— Recebi muitas mensagens de que hoje (quarta-feira) iria fazer o gol. Só tenho a agradecer a Deus e aos meus companheiros, que me ajudaram. Ofereço também o gol para o meu filho, que está de aniversário — disse o zagueiro.
Moledo forma com Víctor Cuesta uma dupla de zaga que sofreu apenas um gol em quatro jogos após a Copa América. O zagueiro de 31 anos valorizou o momento que tem vivido na carreira.
— Tenho me preparado bem. Procuro me cuidar bastante para estar sempre bem para defender o Inter dentro de campo — completou.
Se Rodrigo Moledo conseguiu marcar na noite de seu 150º jogo pelo Inter, Nico López viu sua série sem gols aumentar para 19 partidas. Mesmo sem balançar as redes desde 3 de abril, o uruguaio segue com a confiança de Odair Hellmann e, pelo menos por enquanto, sem a titularidade ameaçada.
— Tenho de passar confiança para todos eles, inclusive nos momentos ruins, mas esse não é o caso do Nico. Ele só não está fazendo o gol. Está se entregando, jogando bem e sendo importante. Hoje, ele fez dois gols e foram anulados. Vou seguir dando confiança. Esse é meu método de trabalho — afirmou o treinador.
A noite só não foi perfeita no Beira-Rio pela lesão de Rodrigo Lindoso, que torceu o tornozelo esquerdo e teve de sair no segundo tempo para a entrada de Nonato. O volante passará por exames na reapresentação do grupo, marcada para a tarde, e é considerado dúvida para o jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil contra o Cruzeiro na próxima quarta-feira. A ausência de Lindoso se tornará um problema maior, porque Rodrigo Dourado não estará à disposição para a partida no Mineirão.
— Vamos ter de esperar 24 ou 48 horas para ter uma análise melhor, mas realmente preocupa. Ele certamente está fora no sábado (contra o Fluminense, pelo Brasileirão). Tomara que possamos contar com ele para quarta-feira, que temos um jogo importante — projetou o vice de futebol Roberto Melo.