A decisão nos pênaltis devolveu a justiça ao jogo. O empate no tempo normal, em Brasília, em 2 a 2 foi um aborto. O Fluminense teve mais tudo do que o Inter, mesmo sem fazer uma boa atuação.
O mais correto era mesmo que passasse à final da Primeira Liga nos tiros livres indiretos por 3 a 2, com Diego Cavalieri defendendo cobranças de Jackson e Anderson, este de atuação novamente comprometedora, sem ajudar no ataque e deixando uma avenida às costas. Vitinho salvou o Inter no tempo normal, no esquema "bola para a frente que se sobrar para Vitinho ele chuta e acerta o gol". Carimbou o travessão na sua cobrança.
Leia mais:
O jogo foi ruim. O Inter teve dificuldades enormes de trocar quatro passes. Se jogar assim no Brasileirão, correrá risco de rebaixamento. O Fluminense também. A regularidade colorada – em baixo nível, a mesma que colocou o time em 5º lugar no Gauchão – se manteve.
A saída de trás foi truncada, forçando o balão. Um jogador do Fluminense entre os zagueiros e volantes do Inter já exige um esforço comovente avançar alguns metros. A organização ofensiva foi o que vem sendo desde o começo de 2016: cruzamentos de qualquer lugar. Ressalvo os jogadores. Eles lutam e correm, mas sem saber o que fazer no campo. Carecem de orientação.
O Inter se resumiu a partes desconexas: a linha defensiva, os volantes e atacantes se movendo a esmo na frente. Entre cada um desses setores, um universo. A compactação foi zero. O Fluminense parecia ter mais jogadores em campo, sempre encaixando marcação dobrada sobre os do Inter, que davam o passe e não se mexiam para receber a bola de volta.
No meio, com três volantes (Silva, Fabinho, Anderson e Alex) e losango, cada um falou um idioma. Oswaldo se enfiou entre Artur e Jackson várias vezes. Marquinhos entrou no lugar de Silva ainda no primeiro tempo, mudando para o 4-2-3-1. Depois Andrigo, tirando Alex. De nada adiantou. O problema do Inter não é de esquema, mas de lucidez, de proposta, de ideia, de conceito, de organização.
O diretor de futebol Carlos Pellegrini disse que o técnico está prestigiado, o que significa que ele está ameaçado. Reforços são urgentes, para não queimar jovens talentos promissores. O Inter tem de repensar a sua vida o quanto antes, independentemente do técnico, para não sofrer no fim do ano.
Acompanhe o Inter através do Colorado ZH. Baixe o aplicativo:
*ZHESPORTES