
O dinamarquês Martin Braithwaite, rei das dancinhas no Grêmio, foi conquistado pelo estômago. Anne-Laure, sua esposa, é uma jornalista francesa. Mas foi sua paixão por cozinhar que a levou a conhecer o artilheiro tricolor, com quem é casada há mais de 10 anos.
Para conhecer um pouco mais sobre a trajetória da empresária de 33 anos, na série de matérias sobre o Dia da Mulher, a equipe de esportes do Grupo RBS foi convidado por ela para provar uma das receitas de seu restaurante.
No local combinado, a cozinha do Destemperados, Anne-Laure trouxe, em três sacolinhas, os ingredientes necessários para preparar um smashed croissant. Enquanto cozinhava, contou sua história, que se mistura com a culinária.
Logo após concluir a faculdade de Jornalismo, ainda em Toulouse, sua cidade natal, Anne-Laure foi à única emissora de televisão local. Levou seu currículo, pediu uma oportunidade e ouviu um "não". Um mês depois, foi procurada para fazer testes e acabou indo para o setor de esportes, mesmo sem gostar do tema:
— Foi uma estratégia, porque aconteceu em um momento em que estava na moda uma mulher querer trabalhar com esporte. Pensei em agarrar a oportunidade.
E foi assim que conheceu Martin. Um colega falou sobre um dinamarquês simpático que jogava no Toulouse (atuou no clube entre 2013 e 2017). A conversa profissional acabou se estendendo, virou namoro e casamento.

Na época em que foi para o Barcelona, em 2019, os tabloides falavam sobre uma crise familiar, porque ele teria escondido a notícia da transferência da esposa. Ela explica que a história não foi bem assim:
— Foi um dia de jogo, ele estava fora da cidade e não teve tempo de falar comigo. Me perguntaram se ele ia ao Barcelona e eu disse que não. No fim, foi uma boa notícia e tudo ficou bem. Mas ele ficou um pouco triste porque a imprensa soube antes da família.
Foi na Espanha que a carreira de empresária se consolidou, deixando o jornalismo de lado. Anne-Laure sempre foi apaixonada por cozinha. E a disciplina de Braithwaite na sua dieta de jogador foi um incentivo para que ela se interessasse ainda mais na área da alimentação saudável.
Logo após a pandemia ela percebeu uma oportunidade de negócio. Fundou a Braithwaite's Kitchen com a intenção de ser um agência de chefs, para quem não tem tempo ou não sabe cozinhar. Começou como um serviço para famílias, mas chamou atenção de empresas, tanto para serviços fixos quanto para eventos.
Com o tempo, veio o restaurante Playa Paris, que sempre foi um sonho de Anne-Laure. E ela não descarta abrir uma unidade em Porto Alegre.
— Muitas vezes, os restaurantes franceses parecem algo muito distante, chique. Para mim, a comida francesa não é isso, é algo de casa, que minha mãe e minha avó faziam. Então, reproduzi isso em Barcelona, no Playa Paris. Se chama assim, porque é um pedacinho de Paris no meio da praia em Barcelona. É um projeto importante pra mim. Agora que estamos em Porto Alegre, deve acontecer a abertura de um aqui.
Para a empresária, mãe de cinco filhos (três deles com Martin), foi um movimento natural ir atrás de seus sonhos, sempre em conjunto com as mudanças de cidade que são constantes na vida dos jogadores de futebol. E como mudar tanto com uma família tão grande?
— Não há segredos, eu também fico louca de vez em quando. Tem que ser flexível, porque são muitas mudanças, tem de amar as mudanças, essa é a chave do sucesso da família.
Muitas vezes, os restaurantes franceses parecem algo muito distante, chique. Para mim, a comida francesa não é isso, é algo de casa, que minha mãe e minha avó faziam. Então, reproduzi isso em Barcelona, no Playa Paris.
ANNE-LAURE
Sobre a culinária francesa
A rotina com cinco filhos e duas empresas pode parecer caótica, mas é o que agrada a empresária.
— O que faço quando os filhos vão na escola e o marido está fora jogando? Vou fazer compras? Isso não me interessa, me entedio. Então, o que faço? Eu trabalho.
E, pela qualidade do prato que fez, provou seu ponto: realmente a comida francesa não precisa ser trabalhosa para ser boa. Entre bate-papo e preparação, não demorou 15 minutos para a receita ficar pronta (e muito gostosa). Amassa o croissant, coloca a burrata, o azeite balsâmico, mel, pistache esmagado e bon appétit! Não tinha mesmo como Braithwaite não se apaixonar.
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