Dois dos maiores zagueiros da história do Grêmio, Pedro Geromel e Kannemann têm contrato apenas até dezembro de 2022 e estão com o futuro indefinido a partir deste período. Por uma série de razões de ordem política e financeira, a direção tricolor decidiu deixar para o final do ano a discussão sobre uma eventual renovação de vínculo com os dois ídolos.
Internamente, tanto Geromel como Kannemann gozam do máximo prestígio com os dirigentes gremistas, seja pela importância para o time, seja pela liderança positiva de ambos dentro do elenco. Nos bastidores, é praticamente consenso que os dois ídolos ainda têm muito a agregar para o time tricolor.
Contudo, as conversas só serão iniciadas mais perto do final do ano, quando o cenário do Grêmio na Série B estiver mais claro e a perspectiva de acesso mais concreta. Como são dois jogadores caros, a ideia do clube é ter uma garantia mais concreta sobre como será o orçamento de 2023 antes de assinar novos contratos importantes.
A outra questão envolve a situação política do Tricolor. Como o mandato da atual gestão termina em dezembro, e a nova eleição ocorrerá entre outubro e novembro, a ideia é que a prorrogação de vínculo com os ídolos seja feita ou após a definição da nova direção, ou mediante um consenso político entre as chapas que participarão do pleito.
Além disso, existe uma outra questão considerada relevante. Como os atuais contratos de Pedro Geromel e Kannemann foram firmados em uma época em que o Grêmio vivia um contexto de prosperidade econômica, os dois jogadores possuem salários muito altos, que vão além da atual capacidade financeira do clube.
Como Pedro Geromel completará 37 anos em setembro e Kannemann ainda se recupera de uma lesão séria no quadril, outro fator a ser levado em consideração é o rendimento técnico da dupla ao longo da temporada. Como ambos já não estão no auge físico e os cofres do clube não passam por um bom momento, uma possibilidade é que o Tricolor proponha uma renegociação salarial em uma próxima renovação.
Contudo, o tema é tratado com cuidado na Arena. Como se tratam de ídolos, qualquer negociação a ser feita visará à preservação da boa relação com os dois zagueiros e o reconhecimento dos imensos serviços prestados pela dupla, que ganhou pelo clube uma Copa do Brasil, uma Copa Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e cinco Gauchões.
Nos bastidores, Pedro Geromel já confidenciou a amigos que gostaria de jogar pelo menos mais um ano no Grêmio antes de encerrar a carreira. Em contato com GZH, o empresário do zagueiro, Maickel Portela, disse que não houve, até agora, nenhuma conversa com a direção sobre uma prorrogação de vínculo e que o foco do defensor hoje é em conquistar o acesso à Série A.
Já Kannemann, aos 31 anos, está longe da aposentadoria e também ainda não debateu com o clube nenhum detalhe sobre um eventual novo contrato.
— A prioridade do Kannemann é voltar a jogar. Ele está muito feliz no Grêmio, mas hoje está focado, acima de tudo, em voltar. Depois, vamos ver como estará a situação e o que o Grêmio quer. Mas o Kannemann está focado na sua volta (aos gramados) — disse a GZH o agente do argentino, Martin Weinbuch.
Questionado sobre o tema após a vitória contra o CRB, o presidente Romildo Bolzan disse que as renovações só serão debatidas ao final do ano, após a definição do cenário político do clube.
— Não estamos tratando com ninguém sobre renovações de contratos. O mandato desta gestão termina no final do ano e, portanto, tudo que for feito terá de passar por uma situação de avaliação política e tem de esperar este quadro ficar muito mais claro — declarou Romildo.
