O Grêmio terá pela frente, neste sábado (8), um velho conhecido: Rogério Ceni. O técnico do Fortaleza, rival do jogo que começa às 19h no Estádio Centenário, em Caxias do Sul, enfrentou o Tricolor gaúcho 40 vezes como goleiro do São Paulo. O retrospecto é bom para ele, com 19 vitórias, oito empates e 13 derrotas, além dos seis gols marcados e 39 sofridos.
Mas o antagonismo entre Ceni e o Grêmio não vem apenas dos confrontos enquanto jogador. O pai do ex-goleiro, Eurydes Ceni, é colorado assumido — fato que, inclusive, gerava cânticos contra o então camisa 1 são-paulino nos duelos disputados no Olímpico e na Arena.
— Sempre fui colorado e continuo sendo, mas hoje acompanho mais o Fortaleza — conta Eurydes, aos 80 anos.
O pai de Rogério está internado em um hospital de Curitiba desde o mês passado, devido a uma infecção. Ele garante, no entanto, que estará na torcida pelo filho contra o tradicional rival de Porto Alegre.
— Ainda que eu seja colorado, minha torcida agora é pelo Fortaleza. O time precisa somar uns pontinhos nesta briga contra o rebaixamento — afirma.
De fato, a situação da equipe cearense não é muito diferente da enfrentada pelo Grêmio neste momento. Com sete pontos no Brasileirão, o time treinado por Rogério Ceni é 14º na classificação e, se perder no Rio Grande do Sul, será ultrapassado pelo Tricolor gaúcho, que tem cinco pontos e ocupa a 18ª posição.
— Não tem diferença (enfrentar um adversário na zona de rebaixamento). O difícil é enfrentar o Grêmio — salientou Rogério.
O último confronto entre Ceni e o Grêmio ocorreu em 6 de junho de 2015, em vitória do São Paulo por 2 a 0, no Morumbi. Naquela partida, o então goleiro marcou, de pênalti, seu 129º gol com a camisa são-paulina, superando Raí e se consagrando como o 10º maior artilheiro da história do clube. Na temporada anterior, em 4 de outubro de 2014, já havia dado a vitória à sua equipe ao converter mais pênalti e derrubar uma marca impressionante de Marcelo Grohe, que completou 854min39s sem sofrer gols.
Em entrevista na sexta-feira, Renato Portaluppi comparou a idolatria de Rogério no São Paulo à sua no Grêmio, dizendo que ambos estão marcados na história dos clubes. Em seguida, o comandante gremista destacou o bom trabalho que vem sendo feito à frente do Fortaleza, onde Ceni conquistou a Série B em 2018 e o Campeonato Cearense e a Copa do Nordeste neste ano.
— Torço muito pelo Rogério Ceni. Não amanhã (sábado), óbvio. Por ter sido um colega de profissão, um grande jogador, torço por ele agora como treinador — assegurou.
Mas, se Rogério sempre foi um adversário complicado para o Tricolor, o Fortaleza tem péssimo retrospecto diante do Grêmio. Foram apenas 12 confrontos entre os dois clubes, com 10 vitórias gremistas, um empate e um triunfo do time cearense, em 2006. Para tentar a segunda vitória do time da capital cearense, Ceni promete dedicação, mas ressalta que sua equipe está desgastada devido à sequência de jogos. O último foi na quarta-feira passada, quando acabou derrotado pelo Athletico-PR por 1 a 0 e foi eliminado da Copa do Brasil.
— Temos dois jogos difíceis que encerram essa parte antes da Copa América (Grêmio e Cruzeiro). Com time desgastado, viagem para pegar um rival descansado, que precisa de pontos e não jogou na semana. Vamos encontrar dificuldades. Prometemos entrega, mas logicamente o time está cansado. Tentaremos fazer nosso melhor, como sempre — afirmou o comandante.
Outro velho conhecido
Um garoto formado nas categorias de base do Grêmio poderá enfrentar o seu ex-time neste sábado, agora defendendo o Fortaleza. O lateral-direito Tinga se criou no clube gaúcho, onde permaneceu dos seis aos 23 anos — ainda que tenha sido emprestado diversas vezes desde que se profissionalizou.
— Sou de Porto Alegre e minha família vai acompanhar o jogo na Serra. Até mesmo por isso é muito importante para mim — diz o atleta, hoje com 25 anos.
Ele está desde o ano passado no clube cearense. Recorda, inclusive, que quando chegou à equipe Rogério Ceni não queria a sua contratação, bancada pelo presidente Marcelo Paz, que já o conhecia. Depois, com o passar dos treinamentos, acabou agradando ao comandante. Nesta temporada, Tinga tem 21 jogos, um gol e quatro assistência. Ele diz que esse bom desempenho se deve muito ao trabalho do treinador.
— O Rogério tem me ajudado muito. É um cara que gosta de treinar, fazer coisas diferentes, aplicar métodos novos. Não é por acaso que, em cinco competições, nós ganhamos três — ressalta o jogador, que é dúvida para este sábado.
Números de Rogério Ceni contra o Grêmio
- 40 jogos
- 19 vitórias
- 8 empates
- 13 derrotas
- 54,2% de aproveitamento
- 6 gols marcados
- 39 gols sofridos
Números de Grêmio x Fortaleza
- 12 jogos
- 10 vitórias
- 1 empate
- 1 derrota
- 86,1% de aproveitamento
- 29 gols marcados
- 9 gols sofridos