Desenvolver liderança é uma tarefa árdua. Alguns acreditam que se nasce com tal. Outros acreditam que é uma qualidade que se desenvolve. Nessa hora, gosto de lembrar do texto O que podemos aprender com os gansos selvagens? Na abertura, Alexandre Rangel, autor do livro, aponta que "quando um ganso bate as asas, por exemplo, voando numa formação em V, cria um vácuo para a ave seguinte passar, e o bando inteiro tem um desempenho 71% melhor do que se voasse sozinho."
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O crescimento de Maicon em sua trajetória no Grêmio passa diretamente pela chegada e desenvolvimento de novos líderes: Edílson, Geromel, Ramiro, entre outros. O lateral-direito, chegou botando banca e conquistou a torcida. Líder nato. O zagueiro e o agora meia se desenvolveram como lideranças. Entenderam que um grupo vencedor não pode ter apenas uma liderança e que a mesma deve ser compartilhada. E isso é o que ocorre no vestiário do Grêmio. Arrisco dizer que vencemos a Copa do Brasil pelo fato de o grupo de jogadores conseguir dimensionar o tamanho da angústia do torcedor gremista.
Passados dois meses do penta, Maicon abriu mão de uma jogada por acreditar no coletivo. Foi cobrado de maneira ríspida por um grupo de torcedores que estava na Arena. O lance resultou no gol de empate do São José. Aquilo enfureceu, os confrades gremistas, resultando em vaias para o capitão.
Após o término do jogo, Maicon foi até o grupo se explicar e alguns se exaltaram, dizendo que ele não poderia ser capitão do Grêmio e que ele era um bosta. Cada um tem o direito de falar o que quiser. Pode até extravasar. Mas a liderança de Maicon é direito adquirido.
Nas redes sociais, li de alguns seguidores que o volante não chegava aos pés de Iúra, Dinho, entre outros. Vejam bem, o futebol mudou. Não vi Iura jogar, mas lembro do Cangaceiro. Notabilizado por sua raça e entrega na história do Grêmio. Porém, eu acho essa uma grande injustiça com o Dinho. Era jogador de passe refinado, lançamentos precisos e chutes impressionantes. O futebol mudou em 20 anos. E o quanto antes percebermos isso, mais fácil trilharemos o caminho do sucesso.
O torcedor do Grêmio sempre se notabilizou por reverenciar seus ídolos. Aceitem ou não, Maicon está na história do clube. Não habla espanhol, mas entendeu o que a torcida do Grêmio sempre esperou pela camiseta do clube: respeito.
Mesmo que tenham faltado com respeito a ele, Maicon nos ensinou muito. Nos ensinou que, mesmo depois de conquistarmos uma taça após 15 anos, devemos ser ainda mais tolerantes com quem nos representa em campo.
Pois é como diz o texto que exalta a liderança dos Gansos Selvagens: "Pessoas que compartilham uma direção comum e senso de comunidade podem atingir mais facilmente os objetivos. Precisamos assegurar que nosso grasnido seja encorajador para nossa equipe e que a ajude a melhorar seu desempenho." Viva o Grêmio! Viva a torcida do Grêmio. Nós, gremistas, e o Maicon, somos os verdadeiros capitães do barco tricolor.