
Após quase três anos longe do clássico Gre-Nal, Anderson Daronco vai apitar a 441ª partida entre Inter e Grêmio na história. No total, o árbitro gaúcho, natural de Santa Maria, vai para sua nona aparição no clássico.
— Muita saudade, estava ficando louco já. Nesses anos que acabei ficando fora, não foi uma questão de opção ou problema, foi pura falta de sorte pelo sorteio. Este ano o sorteio acabou e a gente vinha sendo azarado — explicou Daronco em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha.
Uma das questões que envolvem o Gre-Nal 441 e a arbitragem é a não utilização do VAR na partida deste domingo, às 18h, no Estádio Beira-Rio. A ausência do recurso consta no regulamento do Gauchão 2024, que só vai utilizar a ferramenta a partir das quartas de final do torneio. No entanto, Inter e Grêmio tentam viabilizar o uso para o clássico.
— Não ter o VAR é um componente de dificuldade a mais para a arbitragem. Até o momento, é a informação que a gente trabalha. Estou me preparando mentalmente para a partida levando em consideração a não utilização ferramenta. Em questão da tomada de decisão em campo muda pouco para o árbitro, porque tenho que seguir tomando minhas decisões no jogo. O que muda são algumas decisões protocolares para os assistentes, como uma possível entrada para vermelho ou lances de pênalti. Não tendo o VAR, segue o jogo. No fim, o uso da ferramenta se torna um seguro para a arbitragem — afirmou Daronco.
Além do árbitro, os assistentes do clássico também serão membros do quadro da Fifa. Rafael da Silva Alves já é experiente em Gre-Nal, com várias participações ao longo da carreira. Maíra Moreira será estreante na partida, mas vem se destacando nos últimos anos.
— É uma equipe que já se repetiu várias vezes no Brasileirão do ano passado. O Rafael, a gente trabalha (juntos) há uns 10 anos, as vezes pelo olhar já nos entendemos. Ele tem uma experiência absurda em clássicos. E feliz pela Maíra, é uma profissional que eu vi começar em Santa Maria. São dois assistentes que têm um nível de acerto muito alto. Tenho certeza que estou muito bem acompanhado para esse jogo — disse o árbitro.
Com experiência em Gre-Nal e sendo um dos principais nomes da arbitragem brasileira, Daronco gosta de apitar o clássico "mais difícil do Brasil" e vê algo diferente toda vez que participa de um Gre-Nal.
— O olhar dos jogadores. O olho no olho entre eles, a forma como eles disputam o jogo e as relações interpessoais dentro da partida mudam. Alguns clássicos têm isso, mas não chegam perto. Podem ter dois melhores amigos jogando o Gre-Nal, mas pode ter certeza que vai sair uma faísca entre eles — finalizou.