O último campeão gaúcho do Interior teve o sabor da Serra e o carimbo do maior treinador do futebol brasileiro atualmente. O Caxias, em 2000, misturou talentosos jogadores, sérios dirigentes e brilhante comissão técnica em uma campanha inesquecível.
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Aquele Gauchão teve uma fórmula diferente do normal. A primeira fase contou apenas com times do Interior. O Caxias se classificou em segundo lugar, atrás do Esportivo. Além deles, 15 de Campo Bom, Passo Fundo e Santa Cruz avançaram para se juntar a Inter, Grêmio e Juventude no octogonal semifinal.
E os três da primeira divisão nacional foram batidos pelo Caxias naquele primeiro turno. Com cinco vitórias, um empate e uma derrota, a equipe da Serra foi a campeã e se garantiu na final. Poderia, simplesmente, aproveitar o segundo para fazer experiências. Pudera, havia muitos bons jogadores naquele time, como lembra o volante Márcio Hahn:
– O grupo era forte e qualificado, mas o que marcou mesmo foi a parceria. A gente tinha muito respeito entre nós, uma união diferenciada, que fazia um correr pelo outro.
O segundo turno teve vitória do Grêmio, à época entusiasmado com uma "parceria" com a empresa suíça ISL, que traria fortunas ao clube em troca de exposição e futuras vendas. Com estrelas do porte de Zinho, Astrada, Amato, Anderson Lima e promessas do quilate de Polga e um tal de Ronaldinho, o time da Capital entrou na decisão como favorito ao bi.
Mas no Centenário lotado, o Caxias não tomou conhecimento daqueles craques e daquela fortuna. Aplicou 3 a 0, gols de Gil Baiano, Ivair e Márcio Hahn, levando uma enorme vantagem para a finalíssima. Que seria realizada no domingo, mas a chuva que caiu em Porto Alegre fez a direção do Grêmio pedir – e levar – o adiamento. Então, na quarta-feira seguinte, no Olímpico, o Caxias segurou o 0 a 0 – com direito a pênalti defendido por Gilmar em cobrança de Ronaldinho – e fez uma enorme festa nas ruas de Porto Alegre e da Serra Gaúcha.
Depois daquele título, Jairo Santos, Paulo Turra, Sandro Neves, Ivair, Titi, Gil Baiano, Márcio Hahn e Adão foram para equipes da primeira divisão. E o técnico, pouco depois, acabou no Grêmio. Não falamos o nome dele ainda?
Adenor Leonardo Bacchi, o Tite.
*ZHEsportes