O Brasil foi um time superior, no futebol, na alma, na torcida. Por isso, fez 2 a 1 no Lajeadense e foi o primeiro a garantir vaga nas semifinais do Campeonato Gaúcho. Diogo Oliveira e Wender marcaram para o Brasil, e Gilmar fez de pênalti o único do Lajeadense, em um lance que colocou a partida entre as mais nervosas da competição.
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Com cinco minutos de jogo, o árbitro Leandro Vuaden distribuiu dois cartões amarelos, a Leandro Leite, do Brasil, e Gilmar, do Lajeadense. Era necessário conter os ânimos. E o lajeadense começou melhor, sempre através do meia Paulo Josué. Foi ele que forçou intervenção arrojada do goleiro Eduardo Martini, aos 12 minutos. A resposta do Brasil veio aos 20min, em lance em que o atacante Nena, caído, conseguiu concluir, antes de sofrer o abafa do goleiro Giovani. O técnico xavante Rogério ?Zimmermann mandou jogar pelo lado de esquerdo, com Alex Amado. A alteração deu certo. Mais consistente, o Brasil agrediu mais até o lance de falta sobre Felipe Garcia, cinco metros da grande área, frontal. Diogo Oliveira cobrou no ângulo direito de Giovani, lance indefensável. Era o 1 a 0 justo àquele momento, embora o Lajeadense tivesse ido à frente e ameaçado duas vezes.
Ai aconteceu uma cena inusitada. Aos 37min, uma procissão de torcedores recém-chegada ao estádio, que já estava com lotado com cerca de 6 mil pessoas tomando a ferradura de arquibancadas do Dapuzzo. Era a charanga xavante. O estádio, que já vivia uma convulsão, ficou eletrizante. A xavante chegou festejando o 1 a 0 e se acomodou atrás da goleira de Eduardo Martini, com os celulares ligados.
Foi na frente desta torcida que Leandro Vuaden deu pênalti contra o Brasil em um lance inconsequente de Martini, que saiu de pé alto sobre o atacante, mesmo com a bola dominada. Vuaden marcou. Ninguém entendeu. Mas Gilmar cobrou e empatou aos 45 minutos. Na comemoração, Gilmar fez o gesto de metralhar a torcida xavante. O árbitro mal conseguiu ir para o vestiário.
No segundo tempo, o Brasil foi muito melhor. Encurralou o Lajeadense, sem força de reagir. Aos 28min, Foster chutou rasteiro, a bola rebotou e Wender concluiu para o 2 a 1. Até o final, o Brasil manteve sob controle uma partida nervosa, e em nenhum momento esteve por ceder o empate. Ao final, os jogadores xavantes foram prestar reverência à torcida e à charanga, aquela que chegou aos 37 minutos de um jogo histórico.