Um dia após o suposto caso de racismo durante a partida entre Guarany e Atlântico, o clube de Espumoso se manifestou oficialmente por meio de uma nota. O goleiro João Paulo, do time de Erechim, alegou ter sido chamado de "macaco" quando restava apenas 50 segundos para o primeiro tempo da partida, que estava decidindo o primeiro finalista do Gauchão de Futsal, acabar.
O jogo foi interrompido porque os atletas do Atlântico ficaram indignados pela atitude de um torcedor da arquibancada. Na nota oficial, entretanto, o Guarany afirma que ele foi identificado e "não possui qualquer vínculo com o clube, além de não estar vestindo a camisa do Guarany no momento dos acontecimentos".
O clube de Espumoso também informou que um boletim de ocorrência foi registrado "para que os fatos possam ser apurados pelas autoridades competentes". Havia presença da Brigada Militar no Módulo Esportivo, por mais que não fosse obrigatório pelo regulamento da competição.
Confira a nota na íntegra
No decorrer do primeiro tempo da prorrogação, o jogo foi paralisado após um atleta do Atlântico relatar que havia sofrido ofensas racistas vindas da arquibancada. Durante o momento em que o jogo foi interrompido, membros da equipe visitante afirmaram ter conhecimento do nome do indivíduo que teria proferido as ofensas.
De imediato, o Guarany entrou em contato com o Atlântico para confirmar tal informação e colaborar no registro do boletim de ocorrência. No entanto, em nova conversa, fomos informados de que eles não possuíam o nome da pessoa envolvida.
Desse modo, com base no relato do goleiro do Atlântico, nossa equipe conseguiu identificar a suposta pessoa e, assim, registrou o boletim de ocorrência para que os fatos possam ser apurados pelas autoridades competentes.
É importante destacar que o indivíduo identificado não é torcedor do Guarany e não possui qualquer vínculo com o clube, além de não estar vestindo a camisa do Guarany no momento dos acontecimentos.
Embora o regulamento não exija a presença obrigatória da Brigada Militar, o Guarany já havia oficiado durante a semana em função do grande evento que seria realizado na cidade. Além disso, o clube garantiu um número de seguranças maior do que o exigido, visando a segurança de todos os presentes. Durante a paralisação, a Brigada Militar foi prontamente acionada e permaneceu no local até o final, assegurando que jogadores, comissão técnica e torcedores do Atlântico se sentissem seguros.
O Guarany reforça que repudia veementemente qualquer ato de racismo ou discriminação. O clube sempre se pautou pelo respeito e pela inclusão dentro e fora de quadra.
Nossa equipe trabalhou arduamente durante toda a temporada e, na noite de ontem, fazia um grande jogo, sem nenhuma ocorrência dentro de quadra que desabonasse nossa conduta esportiva.
Com mais de mil pessoas presentes no ginásio, incluindo muitas famílias e crianças, o ambiente era de festa e paixão pelo futsal. Espumoso respira esse esporte.
Por fim, o Guarany se solidariza com o atleta João Paulo e reitera que todas as medidas cabíveis foram providenciadas. Seguimos à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e reforçamos nosso compromisso com a ética e o respeito no esporte.