
O empate das Gurias Coloradas com o Sport, nesta segunda-feira (31), ficou marcado por uma denúncia de caso de racismo no Sesc Protásio Alves, em Porto Alegre. Em duelo válido pelo Brasileirão Feminino, a equipe pernambucana relata que uma casca de banana foi jogada no banco de reservas das Leoas da Ilha durante o segundo tempo.
O ato ocorreu logo após o segundo gol do time visitante, no final do jogo e o item foi imediatamente entregue à arbitragem. A casca de banana, segundo integrantes do time de Recife, partiu do espaço destinado à torcida do Inter. E tudo deverá ser relatado em súmula.
O Sport também pretende registrar boletim de ocorrência sobre o ocorrido.
— Eu ouvi o relato das minhas atletas, vi a casca de banana e vamos tomar todas as providências, tanto na esfera esportiva, quanto na esfera judicial. Não dá para tolerar. Toda hora a gente diz que não dá para tolerar e toda hora acontece. Mas o Sport vai fazer a sua parte — afirmou Alessandro Rodrigues, diretor do futebol feminino do clube, em contato com a reportagem de Zero Hora.
Através de suas redes sociais, o Sport também lançou uma nota oficial, em que repudia "veementemente, a atitude covarde e racista de um torcedor do Sport Club Internacional, que arremessou uma banana em direção ao banco de reservas" e que "dirigiu-se a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência e aguarda os desdobramentos do caso, incluindo a responsabilização do envolvido". A súmula ainda não foi divulgada pela equipe de arbitragem.
Além do Sport, Inter e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também divulgaram uma nota oficial sobre o ocorrido. Conforme o texto, o Colorado informou que "conduziu uma apuração rigorosa que levou à identificação da pessoa envolvida e está tomando todas as medidas cabíveis."
Já a CBF emitiu que "enviou de imediato toda a documentação à Procuradoria-Geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) cobrando apuração rigorosa dos fatos." Além disso, em caso de comprovação da agressão racista, a entidade "pediu também punição preventiva ao clube gaúcho".
Confira a nota do Sport na íntegra
O Sport Club do Recife vem a público repudiar, veementemente, a atitude covarde e racista de um torcedor do Sport Club Internacional, que arremessou uma banana em direção ao banco de reservas rubro-negro durante a partida do Campeonato Brasileiro Feminino, nesta segunda-feira (31), em Porto Alegre.
Esse ato repugnante é uma clara manifestação de racismo e intolerância, e não pode ficar impune. O Sport Club do Recife não tolera qualquer forma de discriminação ou preconceito e exige a punição exemplar do responsável.
Imediatamente após o lamentável episódio, o diretor de futebol feminino do Clube, Alessandro Rodrigues, dirigiu-se a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência e aguarda os desdobramentos do caso, incluindo a responsabilização do envolvido.
É inaceitável que, em pleno 2025, ainda sejamos confrontados com episódios como esse. O futebol deve ser um espaço de respeito, inclusão e diversidade — nunca de ódio e intolerância.
O Sport Club do Recife prestará total apoio às jogadoras e à comissão técnica que foram alvo desse ato racista e reafirma seu compromisso inabalável na luta contra qualquer forma de discriminação.
Confira a nota da CBF na íntegra
Logo após tomar conhecimento do suposto ato racista sofrido pelas atletas do Sport na partida contra Internacional, realizada nesta segunda-feira (31), pelo Campeonato Brasileiro Feminino A-1, em Porto Alegre, a CBF informa que enviou de imediato toda a documentação à Procuradoria-Geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) cobrando apuração rigorosa dos fatos. A entidade pediu também punição preventiva ao clube gaúcho, caso seja confirmado a agressão racista. No pedido de abertura do inquérito, a CBF requereu que o Internacional cumpra três partidas de portões fechados fora da capital gaúcha até o julgamento da questão.
O episódio foi registrado pelas câmeras da TV Brasil. Nas imagens da emissora, é possível ver a quarta árbitra Andressa Hartmann recolhendo o pedaço de banana para registrar o caso em súmula após a reclamação das atletas do Sport.
"Vamos cobrar uma apuração rigorosa. Não existe mais espaço para racistas no futebol", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
A CBF condena veementemente qualquer tipo de ação discriminatória no futebol e não tolera casos de racismo no esporte.
O combate ao racismo é uma das prioridades da CBF, a primeira confederação a implementar punição desportiva em seu Regulamento Geral de Competições para casos de preconceito.
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